60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Carcinoma neuroendócrino de pequenas células: um relato de caso

CONTEXTO

O carcinoma neuroendócrino de pequenas células corresponde por menos de 5% dos casos de neoplasia do colo do útero. Apresenta evolução rápida e mau prognóstico clínico. É muitas vezes associado à infecção por HPV dos subtipos 16 e, principalmente, 18. Projeto submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, CAAE 61664922.9.0000.5256.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente MHP, 64 anos, sexo feminino, negra, portadora de hipertensão arterial, procurou atendimento médico com queixa de dispneia aos mínimos esforços, edema importante de membros inferiores e sangramento vaginal pós menopausa.
Referia evolução dos sintomas há alguns meses, associado a massa em topografia do colo uterino visualizada em ecografia transvaginal.
Evoluiu com insuficiência renal obstrutiva, com necessidade de hemodiálise, e trombose venosa profunda de membro inferior direito. No exame ginecológico, observou-se lesão infiltrativa, de aspecto necrótico, friável a manipulação, envolvendo todo o colo uterino e fundo vaginal, distorcendo sua anatomia, com extensão da lesão para as paredes anterior e posterior da vagina. Ao toque retal identificou-se acometimento de paramétrios bilateralmente, com nodulações em toda sua extensão.
Realizada biópsia de colo uterino que resultou no diagnóstico de carcinoma de pequenas células neuroendócrino.
A tomografia computorizada de abdome e pelve revelou formação expansiva heterogênea em colo uterino, com calcificações de permeio, medindo 57x39 mm, além de hidronefrose bilateral, obstrução do trato de saída gastrointestinal por compressão e espessamento e/ou invasão da parede do reto.
Paciente foi submetida a inserção de cateter duplo J à direita, mantida terapia dialítica, iniciada a anticoagulação plena e realizado suporte ventilatória com oferta de oxigênio em máscara. Após o diagnóstico histopatológico, face as condições clinicas da paciente e diante da doença avançada optou-se por iniciar tratamento paliativo com radioterapia. Entretanto paciente evoluiu com rápida deterioração clínica e óbito.

COMENTÁRIOS

O tumor neuroendócrino do colo uterino de pequenas células é, em geral, diagnosticado em estágio avançado, já com presença de metástases. A idade média do diagnóstico é cerca de 45 anos e o prognóstico reservado. O National Comprehensive Cancer Network (2022) propõe o uso de quimioradioterapia, sendo o regime preferencial a cisplatina/ etoposídeo. O presente relato ilustra a dificuldade do manejo terapêutico mediante o diagnostico tardio e o prognóstico reservado.

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Paula Ribeiro Barbosa, Pollyanna da Silva Siqueira, Maura Azzi Tassi, Marcela da Costa Santos Guimarães Pires, Kamyla Carvalho da Silva, Juliana dos Santos Valentim da Silva, Deborah Bandeira