60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

NEOPLASIA DE VULVA EM PACIENTE JOVEM IMUNOSSUPRIMIDA: UM RELATO DE CASO

CONTEXTO

O carcinome epidermoide de vulva possui duas vias carcinogênicas básicas: uma devido à infecção pelo Papilomavirus Humano (HPV), que geralmente está mais evidente em pacientes imunossuprimidas; e outra devido às alterações provenientes do líquen, muito mais comum em pacientes além do menacme. Deve-se suspeitar do diagnóstico, por exemplo, em lesões exofíticas vulvares em paciente idosas ou imunossuprimidas jovens.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente feminina, 32 anos, HIV com diagnóstico recente e em uso regular de TARV, apresentou-se em serviço especializado em Oncologia Ginecológica com lesão exofítica em vulva, especificamente em grande lábio direito, ulcerada, sugestiva de lesão invasora, em abril de 2021, biopsiada e com resultado definitivo de neoplasia intravulvar de alto grau, não se podendo excluir lesões invasoras. Submetida a nova biópsia em julho de 2021, que evidenciou carcinoma epidermoide de vulva moderadamente diferenciado. À ressonância magnética, apresentava lesão descrita, de cerca de 2,5 x 1,0 cm, bem como linfonodos suspeitos em cadeias inguinais superficiais e pronfundas, bilateralmente. Realizada hemivulvectomia superior, uma vez que a lesão ultrapassava a linha média, e pesquisa de linfonodo sentinela em cadeia inguinal direita em novembro de 2021, com sentinela positivo para metástase de tumor. Optado por realizar linfadenectomia em outro tempo cirúrgico pelo quadro clínico da paciente. No anátomo-patológico, limites cirúrgicos da peça primária livres de neoplasia. Caso foi discutido em equipe multidisciplinar, e optou-se pela realização de linfadenectomia inguinal bilateral, a qual ocorreu em março de 2022, com anátomo-patológico evidenciando cadeias linfonodais livres de doença. Paciente entrou em seguimento após, sem evidência de recidiva até o presente momento.

COMENTÁRIOS

Neste caso, observa-se a importância da alta suspeição de neoplasia vulvar em uma paciente com diagnóstico recente de HIV e que apresentou-se com lesão vulvar suspeita, ainda que jovem. O manejo inicial adequado a partir do diagnóstico, com cirurgia específica para o grau de disseminação da doença, foi crucial para que a paciente apresentasse boa evolução.

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

João Antônio Vila Nova Asmar, Claudia Caroline Wentz Cardozo, Jefferson Henrique Zwir Poli, Renata Ávila, Rosilene Jara Reis