Dados do Trabalho
TÍTULO
MORTALIDADE DE MULHERES EM IDADE FÉRTIL POR NEOPLASIA MALIGNA DA MAMA NO BRASIL ENTRE 2010 E 2020
OBJETIVO
Analisar epidemiologicamente a mortalidade por neoplasia maligna da mama em mulheres em idade fértil no Brasil.
MÉTODOS
Foi realizado um estudo descritivo e retrospectivo, utilizando a plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) - Morbidade Hospitalar do SUS, para coletar dados dos anos 2010 a 2020 sobre a mortalidade de mulheres em idade fértil por neoplasia maligna da mama no Brasil. As variáveis analisadas foram o ano do óbito, a região/unidade da federação, a faixa etária das mulheres, o estado civil e a cor/raça. Os dados coletados foram registrados no programa Excel para serem categorizados e analisados.
RESULTADOS
Durante os 10 anos analisados, ocorreram 39.656 óbitos de mulheres em idade fértil por câncer de mama. Do total, 47,3% (n = 18.776) foram no Sudeste, 24,3% (n = 9.627) no Nordeste, 15,3% (n = 6.081) no Sul, 5,7% (n = 2.271) no Norte e 7,3% (n = 2.901) no Centro-Oeste. Em relação ao ano do óbito, ocorreram 3.134 em 2010, 3.303 em 2011, 3.304 em 2012, 3.459 em 2013, 3.551 em 2014, 3.509 em 2015, 3.777 em 2016, 3.761 em 2017, 3.926 em 2018, 3.917 em 2019 e 4.015 em 2020. Quanto à faixa etária, durante todo o período, houve 1 óbito na faixa de 10 a 14 anos, 16 óbitos de 15 a 19 anos, 1.276 (3,2%) na faixa de 20 a 29 anos, 11.040 (27,8%) na faixa de 30 a 39 anos e 27.323 (68,9%) na faixa de 40 a 49 anos. Segundo o estado civil, 13.784 óbitos (34,8%) ocorreram em mulheres solteiras, 17.416 (43,9%) em casadas, 975 (2,5%) em viúvas, 3.094 (7,8%) em mulheres judicialmente separadas, 2.202 (5,6%) em outras e 2.185 óbitos (5,5%) tiveram estado civil ignorado. Em relação a raça, 20.298 mulheres (5,1%) eram brancas, 3.205 (8,1%) eram pretas, 140 (0,4%) eram amarelas, 14.366 (36,2%) eram pardas, 45 (0,1%) indígenas e 1.602 (4%) tiveram cor/raça ignorada.
CONCLUSÕES
O número absoluto de óbitos em mulheres em idade fértil apresentou crescimento em todos os anos analisados. Observou-se também que o Sudeste e o Nordeste apresentam a maior parte dos casos de óbitos registrados e que a faixa etária de 40 a 49 anos foi a mais acometida. Além disso, mulheres casadas e pardas representam uma porcentagem importante dos óbitos. Apesar da ampliação do acesso aos métodos de rastreio, os números de mortes por neoplasia maligna da mama ainda são bastante elevados, evidenciando a necessidade de políticas públicas mais ativas para promover a prevenção do câncer de mama no Brasil.
Área
GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica
Autores
Larissa Rodrigues Melo, Ingrid Barbosa Lopes, Natália Maria Vasconcelos Oliveira, José Armando Pessôa Neto, Mariana Queiroz de Souza, Amanda Camelo Paulino, Luiz Alexandre Porto Castro Filho, Andreisa Paiva Monteiro Bilhar