60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANÁLISE DE ESTADIAMENTOS PRÉ E INTRA-OPERATÓRIO DE 28 CASOS DE ENDOMETRIOSE E SEUS TEMPOS CIRÚRGICOS.

OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo analisar, com base no sistema de classificação de endometriose da American Association of Gynecologic Laparoscopists (AAGL) de 2021 , a fidedignidade entre o estágio estabelecido no pré-operatório - por mapeamento ultrassonográfico ou Ressonância Magnética (RNM) - e o estágio observado no ato cirúrgico, bem como o tempo intra-operatório médio esperado de acordo com cada estágio.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo do tipo observacional prospectivo, que analisou 28 pacientes em um centro de atenção terciária de Fortaleza, Ceará, Brasil. Inicialmente, classificou-se o estágio da endometriose de acordo com o AAGL de I a IV, por meio de dados de mapeamento por ultrassom (USG) transvaginal e abdominal ou RNM, no contexto pré-operatório. Em seguida, fez-se uma nova classificação de acordo com a visualização dos focos endometrióticos por via laparoscópica no intra-operatório. Ademais, somado aos estadiamentos foi incluída a mensuração do tempo cirúrgico de cada paciente.

RESULTADOS

Observou-se que 57,1% das pacientes apresentaram o mesmo estágio no pré e no pós-operatório, sendo que 75% destas fizeram o mapeamento por USG. Houve discordância no estadiamento em 42,8% das pacientes, sendo que 41,6% apresentou menor estágio no intra-operatório e outros 58,3% maior. Dentre as pacientes que tiveram maior estadiamento no intra-operatório, 71,4% fizeram o estadiamento com USG no pré-operatório, já 100% das que tiveram menor estadiamento fizeram este com RNM. Quanto ao tempo intra-operatório, não houve diferença significativa entre o tempo operatório nos estágios I e II (classificação intra-operatória), correspondendo a um tempo médio de cinquenta e dois minutos para estágio I e uma hora e seis minutos para estágio II. Já o tempo médio das pacientes que tiveram estadiamento III foi de uma hora e cinquenta minutos, e do estágio IV foi de duas horas e quarenta minutos.

CONCLUSÕES

Desse modo, o atual estudo sugere que há uma superestimação do estágio estabelecido no pré-operatório quando a classificação é feita por meio de RNM, sendo o mapeamento ultrassonográfico mais fidedigno ao estágio observado no intra-operatório. Outrossim, não foi constatada relação direta entre a classificação instituída entre os estágios I e II e o tempo intra-operatório, havendo semelhança entre estes; mas referindo-se aos estágios III e IV, houve discrepância e proporcionalidade entre o estágio da paciente e o tempo cirúrgico observado.

Área

GINECOLOGIA - Cirurgia Ginecológica

Autores

Isadora Freitas Peixoto Paz, Iana Vitória Araújo Marques, Pedro Amorim Vidal, Vitor Sauwen Paiva, Anik Moraes Marangoni, Kathiane Lustosa Augusto, Sara Arcanjo Lino Karbage , Andreisa Paiva Monteiro Bilhar