60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

PREVALÊNCIA DA REALIZAÇÃO DE EXAMES GINECOLÓGICOS E OBSTÉTRICOS NO NORDESTE DO BRASIL NA PANDEMIA

OBJETIVO

Avaliar a realização de exames ginecológicos e obstétricos por mulheres do Nordeste brasileiro durante a pandemia pelo SARS-Cov-2.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal e descritivo, realizado por questionário online próprio, com inclusão de mulheres nordestinas a partir dos 18 anos de idade, sem critério de exclusão. O cálculo amostral foi realizado por meio de equação derivada da estimativa de parâmetro populacional [n=N.z².p(1-p)/z².p.(1-p)+e².(N-1)], adotando N = 6.410.861, equivalente ao número de mulheres nordestinas maiores de idade no ano de 2022 segundo a projeção populacional do IBGE; intervalo de confiança de 95% e erro amostral de 5%. O "n" encontrado foi de 385 mulheres. A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o CAAE: 49031421.2.0000.5371. O formulário foi divulgado nas redes sociais, obtendo um total de 463 respostas. A análise estatística foi realizada pelo software R Core Team, versão 4.0.4 (2021), com análise descritiva para caracterizar a amostra em estudo.

RESULTADOS

Do total da amostra, 21,81% (n= 101) das mulheres afirmaram que não fizeram nenhum exame complementar na área da ginecologia e obstetrícia durante a pandemia. Quanto ao exame colpocitológico, 36,5% (n = 169) das participantes não realizaram esse procedimento neste período e 18,14% (n = 84) nunca haviam feito. Acerca do ano de realização do Papanicolau, 17,93% (n= 68) fizeram-no pela última vez em 2019 ou anos anteriores, sendo 2,37% (n = 9) antes de 2017. Além disso, 9,29% (n = 43) das mulheres afirmaram ter realizado somente esse exame durante a pandemia. Com relação à frequência dos outros exames, 59,61% (n= 275) da amostra foi submetida à ultrassonografia transvaginal, 46,65% (n= 216) à ultrassonografia das mamas, 32,83% (n = 152) à colposcopia e 18,57% (n=86) à mamografia.

CONCLUSÕES

Ainda que seja um exame de suma importância clínica, o exame colpocitológico não foi realizado por um terço das participantes da pesquisa. Quanto aos demais exames da área, com exceção da ultrassonografia transvaginal, o quadro não se apresenta de maneira muito diferente do Teste de Papanicolau. Os exames complementares auxiliam no diagnóstico e prevenção de inúmeras doenças do sexo feminino, incluindo o câncer de colo de útero e de mama e, por isso, mesmo diante de uma pandemia, devem ser feitos.

Área

GINECOLOGIA - Epidemiologia

Autores

Cássia Fernanda dos Santos Rosa, Joanna Sousa da Fonsêca Santana, Juliana Pereira de Lucena Menezes, Carmem Isaura Salles do Nascimento, Rebecca Schuster Dorea Leite, Marina de Pádua Nogueira, Júlia Maria Gonçalves Dias