60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Análise da mortalidade materna no Brasil no período de 2012 a 2020

OBJETIVO

Analisar o perfil de mortalidade materna em mulheres entre 10 e 49 anos, no Brasil, entre 2012 e 2020, com dados disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).

MÉTODOS

Foi realizado um estudo descritivo epidemiológico de base populacional sobre mortalidade materna nas faixas etárias de 10 a 49 anos, no período de 2012 e 2020. Os dados da pesquisa são provenientes do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). As variáveis pesquisadas incluíram: faixa etária, cor/raça, estado civil, local de ocorrência e categoria do CID-10.

RESULTADOS

Os dados analisados resultaram em 15322 óbitos maternos, entre 2012 e 2020, no Brasil. A região Sudeste teve o maior número de óbitos (35,76%) seguido pela região Nordeste (33,12%). Em todas as regiões houve predominância nas faixas etárias entre 20 e 29 anos e 30 e 39 anos. Esta última corresponde à 44,6% dos óbitos maternos da região Sudeste. A maior mortalidade ocorre entre mulheres de cor/raça parda (52,8%) entre mulheres solteiras (47,4%) em todas as regiões do país. O ambiente hospitalar foi local onde ocorreu o maior número de óbitos, 90,8%. Ademais, 57% de todos os óbitos ocorreram durante o puerpério até 42 dias, 29,74% durante gravidez, parto ou aborto e 13,2% dos óbitos ou estavam fora desse período ou apresentavam inconsistências, mas ainda contabilizados pelo SIM. As principais causas de mortalidade: Outras doenças que complicam a gravidez o parto e o puerpério (CID-10: O99); Eclampsia (O15); Hipertensão materna não especificada (O16) e hemorragia pós-parto (O72), respectivamente. Todas com um número de óbitos constante ao longo dos anos. Porém em 2020, a maior causa de morte materna (24,2%) foram Doenças infecciosas e parasitárias maternas que compliquem a gravidez, o parto e o puerpério (O98). Observou-se, ainda, aumento de 24,7% na mortalidade materna entre 2019 (1575) e 2020 (1964).

CONCLUSÕES

Notou-se que uma grande porcentagem de óbitos não é classificada quanto ao momento do óbito (Parto/puerpério) por causa de declarações de óbito mal preenchidas ou com inconsistências. Além disso, observou-se um aumento considerável no número de óbitos maternos em 2020, relacionados a doenças infecciosas maternas, muito provavelmente associado à pandemia de Covid-19. A redução da mortalidade materna no Brasil é ainda um desafio para os serviços de saúde e para enfrentá-la é necessário conhecer bem suas causas, para elaborar medidas de prevenção e investir em ações direcionadas à redução desse tipo de mortalidade.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Flávia Peixoto da Silva Guimarães , Millena Cardoso Sales Santos , Isabella Martins Thomas , Isabella Isaac Lopes , Fernanda Rassi Alvarenga , Andreia da Silva Souza , Iane de Oliveira Pires Porto