60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

RELAÇÃO DO DOPPLER DA ARTÉRIA UTERINA COMO PREDITOR DO SANGRAMENTO MENSTRUAL EM USUÁRIAS DO SIU-LNG

OBJETIVO

Objetivo: Analisar o fluxo da artéria uterina em mulheres em uso do Sistema Intrauterino Liberador de Levonorgestrel (SIU-LNG) por 12 meses.

MÉTODOS

Métodos: Coorte prospectiva que avaliou mulheres em idade reprodutiva (18 a 50 anos) que desejaram utilizar o SIU-LNG como método contraceptivo. Elas foram divididas em dois grupos: sangramento reduzido/ausente (grupo 1) e sangramento normal/aumentado (grupo 2), em relação ao padrão menstrual anterior à inserção. O fluxo sanguíneo da artéria uterina foi analisado através de ultrassom transvaginal com doppler, avaliando o Índice de Pulsatilidade (IP) e Índice de Resistência (IR) da artéria uterina no momento da inserção, com 3, 6 e 12 meses. O exame ultrassonográfico foi feito duas vezes em todas as pacientes, por dois profissionais cegos entre si. Para avaliação do padrão de sangramento, as pacientes preencheram diariamente um diário menstrual de forma objetiva, um pictograma e depois eram classificadas, de acordo com a OMS, em: sangramento infrequente, normal, frequente, amenorreia e prolongado. Responderam, também, um formulário estruturado com perguntas sobre padrão menstrual e dados clínicos. Para a análise dos dados foi feita a avaliação da normalidade das variáveis através do Shapiro-Wilk e em seguida foi utilizado o teste Mann-Whitney, já que as variáveis foram não normais. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o CAAE: 54594816.2.0000.5543 e todas as voluntárias assinaram TCLE.

RESULTADOS

Resultados: 75 pacientes foram incluídas, sendo divididas em 26 pacientes no grupo 1 e 49 pacientes no grupo 2. A avaliação anterior à inserção não observou diferença na avaliação do doppler das artérias uterinas entre os grupos (grupo 1: IPmédio: 2,7 e IRm: 0,91 vs. grupo 2: IPm: 2,87 e IRm: 0,905). No seguimento, o grupo 1 teve um aumento progressivo do IP até o 6º mês (IPm: 3,86), seguido de redução no mês 12 (IPm = 2,93), e aumento do IR no mesmo padrão (IRm: 1,0 no 6º mês), seguindo de redução no 12º mês (IRm: 0,90). Já o grupo 2 apresentou leve redução do IP no 6º mês (IPm: 2,63), seguido de aumento similar aos valores anteriores no mês 12 (IPm: 3,10), e aumento do IR nos meses 3 e 12 (IRm: 0,94 e 0,95, respectivamente). A diferença observada entre os grupos não apresentou significância estatística em nenhum momento da avaliação.

CONCLUSÕES

Conclusão: Não houve diferença significante no IP ou IR nos diferentes padrões de sangramento entre usuárias de SIU-LNG nos 12 primeiros meses de uso.

Área

GINECOLOGIA - Contracepção

Autores

Gabriela Costa Argôllo Galvão, Renata Dantas Monteiro Santana Alves, Renata Campos Simões Cabral, Maiara De Menezes Rabelo, Milena Bastos Brito