Dados do Trabalho

TÍTULO

Satisfação sexual e religião em mulheres homoafetivas e heteroafetivas

OBJETIVO

Avaliar a correlação entre satisfação sexual e religião em mulheres homoafetivas e heteroafetivas.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo observacional, transversal, quantitativo, analítico, realizado utilizando o questionário Quociente Sexual – Versão Femina (QS-F), composto por 10 perguntas autorresponsivas, desenvolvido e validado para a população feminina brasileira, pelo Programa de Estudos de Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Foram incluídas mulheres sexualmente ativas entre 18 e 45 anos, declaradamente homoafetivas e heteroafetivas, excluindo, portanto, as mulheres declaradas bissexuais. As participantes foram submetidas a um questionário sociodemográfico prévio e foi calculado o grau de satisfação sexual de acordo com a pontuação do questionário QS-F. Para a análise estatística das variáveis utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson (R) e o teste t-Student ou o teste de Mann-Whitney para grupos independentes, para correlação e comparação das amostras, respectivamente. Este estudo em questão já foi aprovado no Comitê de Ética sob o CAAE: 19636319.2.0000.5546.

RESULTADOS

Foram recrutadas 272 pacientes e destas 15 pacientes foram excluídas do estudo, restando 257 mulheres. Das entrevistadas, 90 (35%) eram homoafetivas (grupo 1) e 167 (65%) eram heteroafetivas (grupo 2). A maior parte das mulheres homoafetivas não tinham religião (35; 39%), enquanto a maior parte das mulheres heteroafetivas eram religiosas (123; 74%), sendo que a maioria se declarou católica (83; 49,7%). Ao correlacioná-la com a sexualidade observou-se a prevalência de relações inversamente proporcionais (R<0), com grau de significância estatística relevante (p<0,05), com exceção da pergunta 1 (pensar espontaneamente em sexo, lembrar de sexo ou se imaginar fazendo sexo), já que, entre as mulheres heteroafetivas, aquelas sem religião obtiveram respostas muito frequentes em 79,5% e aquelas sem religião em 70,7% (p = 0,9).

CONCLUSÕES

A religiosidade não se mostrou um fator impeditivo para pensar espontaneamente em sexo, lembrar de sexo ou se imaginar fazendo sexo, apesar disso, mulheres religiosas obtiveram menor grau de satisfação sexual.

Área

GINECOLOGIA - Sexualidade