Dados do Trabalho
TÍTULO
A Coleta da Colpocitologia Oncótica na Atenção Básica na Região Norte: um Relato de Experiência
CONTEXTO
O câncer de colo uterino (CCU) é o 3° tipo de câncer não melanoma mais incidente entre as mulheres no Brasil, estando em 5° lugar no Sudeste, em 4° no Sul, em 2° no Nordeste e no Centro-Oeste e em 1° na região Norte. Diante disso, propõe-se, para mulheres entre 25 e 64 anos, a colpocitologia oncótica como rastreamento, a qual tem sua teoria e prática prevista na grade curricular do curso de medicina
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
Os acadêmicos do 4º semestre do curso de medicina da Universidade Federal do Amapá foram distribuídos entre Unidades Básicas de Saúde da cidade de Macapá para estágio prático de coleta de colpocitologia oncótica de uma Unidade Básica de Saúde na região norte do Brasil promovido pelo eixo Interação-Ensino-Serviço-Comunidade (IESC). Os alunos tiveram a oportunidade de observar a coleta do exame e praticá-la em pacientes reais, sendo integralmente orientados por um preceptor responsável e capacitado tecnicamente. Nesse contexto, foi possível comparar aquilo que se aprendeu dentro da universidade com aquilo que de fato acontece na atenção básica, trazendo à tona alguns pontos relevantes: a baixa procura da população pelo serviço, o que condiz com a alta incidência do CCU na região norte; a dissociação entre a teoria presente na literatura e o que é feito na prática pelos profissionais responsáveis, trazendo consequências negativas para os resultados citológicos e, muitas vezes, levando a resultados falsos e/ou inconclusivos; a lentificação do processo de rastreamento, uma vez que, na unidade observada, a média de prazo para resultados era de 3 meses; as indicações equivocadas do exame a pacientes que não estavam na faixa etária correta para o rastreamento, levando ao mal uso dos recursos e, por fim, a carência de conhecimento sobre saúde sexual da mulher, tanto por parte dos pacientes quanto por parte dos profissionais
COMENTÁRIOS
A prática dentro do eixo IESC é enriquecedor para os acadêmicos, pois proporcionou uma vivência da realidade local e aplicação dos conhecimentos teóricos na prática. Percebeu-se que a alta incidência do CCU no Brasil não pode ser atribuída somente à falta de educação em saúde da população, mas também à lacuna de formação e informação dos profissionais responsáveis pela coleta do exame. É importante, portanto, que a universidade e os gestores em saúde promovam medidas de melhor capacitação dos profissionais da atenção básica com vistas a melhorar a prevenção do CCU e reduzir sua incidência local.
Área
GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica
Autores
Maria Carolina Feio Barroso, Aljerry Dias do Rêgo, Lauana Gomes, Jordan Azevedo Silva, Leonardo Isaias Bernardo de Souza , Levi Mesquita Gondim, Lysya Gabriela Andrade Nascimento