Dados do Trabalho
TÍTULO
ADENOCARCINOMA: A IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO DE SILVA PARA O TRATAMENTO CONSERVADOR – RELATO DE CASO
CONTEXTO
O adenocarcinoma cervical invasor é responsável por 7 a 29% dos carcinomas endocervicais e sua incidência está aumentando. Grande parcela das pacientes com adenocarcinoma está em idade reprodutiva e sem prole definida ao diagnóstico, refletindo um grande desafio na condução e tratamento destes casos. Nesse sentido, o emprego da Classificação baseada em Padrões de Silva pode ser um aliado no manejo de casos em que a paciente ainda não tenha prole definida, sugerindo que pacientes com padrão A de Silva, neoplasia com característica de baixa agressividade, possam ser tratadas conservadoramente com conização e sem abordagem linfonodal – estudos apontam que 0% dos casos apresentarão invasão linfovascular ou linfonodal. Relatamos um caso de paciente com desejo reprodutivo e adenocarcinoma cervical microinvasor.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
Paciente T.J., 33 anos, nuligesta, apresentou citopatológico (CP) de rastreamento cervical com atípias de células escamosas de significado indeterminado (ASCUS) em agosto de 2020. Realizado colposcopia com biópsia a qual evidenciou adenocarcinoma endocervical padrão A de Silva associado a adenocarcinoma in situ. A conização mostrou adenocarcinoma endocervical associado ao HPV tipo usual microinvasor (<1mm) Padrão A de Silva. Como a paciente mantinha desejo de gestar, foi optado em conjunto pela conduta conservadora e seguimento trimestral, com plano de conclusão do tratamento cirúrgico após definição de prole. Após 15 meses de seguimento e ausência de sucesso reprodutivo, foi identificado ASCUS em colo uterino. Procedido realização de traquelectomia a qual atestou adenocarcinoma viloglandular HPV associado, microinvasor, padrão B de Silva estadiamento IA1. Após mudança de Padrão na Classificação de Silva e persistência do HPV de alto risco, foi realizado tratamento tradicional com histerectomia ampliada com linfadenectomia pélvica em maio de 2022.
COMENTÁRIOS
Parcela importante de pacientes com câncer de colo uterino encontram-se na menacme e sem prole definida. Pode-se optar por conduta conservadora com traquelectomia em casos selecionados. A Classificação de Silva padrão A associado à condição de microinvasão permite a conduta conservadora sem comprometer a segurança oncológica, desde que a paciente mantenha seguimento regular. A mudança para Padrão B de Silva diminui a segurança e fragiliza a conduta conservadora, tendo em vista que 20% dos casos apresentarão invasão linfovascular e 5% apresentarão metástase linfonodal.
Área
GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica
Autores
Gabriela Büchner, Rafaela Marques Gasperin Schramm, Fernando Anschau, Manoel Afonso Guimarães Gonçalves