60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

EPISIOTOMIA E LACERAÇÕES DE PARTO: IMPACTO DA INSTITUIÇÃO DE BOAS PRÁTICAS EM OBSTETRÍCIA NA ASSISTÊNCIA AO PARTO EM HOSPITAL TERCIÁRIO

OBJETIVO

Avaliar os desfechos dos partos vaginais antes e após a implementação de boas práticas em obstetrícia, através da análise da ocorrência de episiotomias e lacerações em dois períodos distintos em hospital terciário.

MÉTODOS

Estudo transversal retrospectivo dos partos vaginais realizados em hospital terciário do sul do Brasil entre 2016 2019 (período 1) e 2020 a 2021 (período 2). O segundo período é posterior à implementação de práticas fundamentadas em evidências atuais e humanização dos processos de atenção ao nascimento. Dados referentes ao parto foram coletados dos prontuários das pacientes. As variáveis analisadas foram: realização de episiotomia, laceração, grau da laceração, idade materna e peso do recém-nascido (RN). Foi realizada análise descritiva dos resultados e avaliação bivariada com teste do Qui-quadrado (p<0,05). O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição (CAAE 59366116.5.0000.5346).

RESULTADOS

Foram avaliadas 3152 parturientes, sendo que 66,2% (n=2.087) correspondem ao período 1 e 33,8% (n=1.065) ao período 2. A realização de episiotomia teve redução de 14,6% entre os períodos, alternando-se de 32,1% para 17,5%. A presença de lacerações teve um acréscimo de 7,5%, passando de 37,4% para 44,9%. No período 1, houve 780 partos com laceração, sendo 735 classificadas. Das lacerações classificadas, 68,2% foram grau 1, 24,1% grau 2 e 1,9% grau 3 e 4. No período 2, houve 470 partos com laceração, 324 classificadas quanto ao grau. Destas, 57,4% foram grau 1, 41,4% grau 2 e 1,2% grau 3 e 4. Em relação ao grau de laceração: grau 1 reduziu de 72,4% para 57,4%; grau 2 aumentou de 25,6% para 41,4%; e graus 3 e 4 mantiveram-se iguais (2,0% para 1,2%). O peso dos RNs não alterou entre os períodos comparados. A grande maioria não ultrapassou os 3,500Kg (80 e 81% nos períodos 1 e 2, respectivamente).

CONCLUSÕES

A partir da mudança proposta na assistência ao parto, apesar de ter sido observado acréscimo no número de lacerações no período 2, houve significativa redução na quantidade de episiotomias realizadas em comparação ao período 1. Portanto, esses dados corroboram a importância da instituição das boas práticas em obstetrícia na assistência ao parto.

Área

OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas

Autores

Renatha Araújo Marques, Amanda Garcia Amaral, Berenice de Oliveira Cruz Rodrigues, Eloísa Manzan Florencio, Gustavo Regus Schuster, Angélica Haefliger Reineri, Luciane Flores Jacobi, Cristine Kolling Konopka