60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

INCIDÊNCIA DE SÍFILIS CONGÊNITA NO ESTADO DA BAHIA DURANTE O TRIÊNIO 2019-2021

OBJETIVO

Analisar a incidência de sífilis congênita na Bahia no triênio 2019-2021

MÉTODOS

Estudo ecológico de caráter descritivo cujos dados secundários utilizados foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e no Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), ambos dispostos no DATASUS. As variáveis de interesse coletadas incluíram todos os anos do período estudado, o número de casos de sífilis congênita e de nascidos vivos nas diferentes microrregiões de saúde da Bahia.

RESULTADOS

No período de 2019 a 2021 notou-se 1.943 registros de sífilis congênita na Bahia. Com 796 casos (41%), 2020 apresentou o maior número de registros, seguidos de 697 casos (36%) em 2019 e 450 casos (23%) em 2021. Em 2019, a taxa de incidência de sífilis congênita na Bahia foi de 3,53 casos por 1.000 nascidos vivos; já em 2020 houve 4,21 casos, representando um aumento expressivo de 19,26%. Apesar disso, as taxas de incidência na Bahia neste período estiveram abaixo da média nacional, que corresponde a 8,2 por 1.000 nascidos vivos em 2019 e 7,7 por 1.000 nascidos vivos em 2020. Entre as microrregiões, Salvador se destaca com maior número de casos notificados: 142 registros em 2019 e 188 registros em 2021. Em 2020, entretanto, Feira de Santana apresentou o maior número de registros, atingindo 237 casos confirmados, correspondendo a taxa de incidência de 16,9 casos por 1.000 nascidos vivos. Já as microrregiões de Jeremoabo e Boquira se destacam pelo baixo número de casos registrados, ambas apresentando apenas uma ocorrência de sífilis congênita no período de 2019 a 2021. É válido considerar, portanto, que o aumento do número de casos de sífilis congênita em 2020 pode estar associado à baixa procura por serviços de pré-natal ou redução da busca ativa das gestantes decorrentes do isolamento social promovido pela pandemia de COVID-19, enquanto a sucessiva queda do número de casos em 2021 pode refletir subnotificação.

CONCLUSÕES

Com base nos dados analisados, é evidente a necessidade de compreender a atual situação de saúde da Bahia frente aos casos de sífilis congênita. Conforme apontam os resultados, pode-se afirmar que a incidência desta doença apresenta taxas variáveis no triênio 2019-2021. Assim, é fundamental a adesão de medidas que qualifiquem a vigilância da sífilis congênita visando melhorar a assistência pré-natal para que a prevenção, o rastreamento e o tratamento correto sejam realizados precocemente, evitando a transmissão vertical.

Área

OBSTETRÍCIA - Medicina fetal

Autores

Lara Stefany Dantas Couto, Márcia Sacramento Cunha Machado, Fernanda Lima Barbosa Ribeiro, Graziele Carolina Araújo Soares, Thaiara Paula Moreira Lima