60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

DIABETES NA GESTAÇÃO: MUDANÇAS NOS DESFECHOS GESTACIONAIS OCORRIDAS DURANTE A PANDEMIA COVID-19

OBJETIVO

Avaliar desfechos gestacionais entre dois períodos em gestantes diabéticas e não diabéticas atendidas em um Hospital Terciário do Rio Grande do Sul.

MÉTODOS

Estudo transversal com 921 parturientes diabéticas em um hospital universitário do Rio Grande do Sul. Foram avaliados os desfechos gestacionais em dois períodos: período 1, de janeiro de 2017 a junho de 2018 (n=507), e período 2, de janeiro de 2020 a janeiro de 2021 (n=414), por meio de entrevistas e análise de prontuários eletrônicos. Realizou-se análise descritiva das variáveis e associação verificada pelo teste de associação do Qui-quadrado, com nível de significância de 5% (p <0,05). Os dados analisados fazem parte de um projeto aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa da instituição (CAAE: 1 59366116.5.0000.5346).

RESULTADOS

Das pacientes estudadas, a maior parte tinha o diagnóstico de Diabetes mellitus (DM) Gestacional, tanto no período 1 como no período 2, correspondendo a 88,6% e 87,4% dos casos, respectivamente. Houve um aumento não significativo, no segundo período em relação ao primeiro de DM tipo II (9,3% vs 10,4%), de alto risco (57,9% vs 60,9%), de parto cesariana (64,0% vs 64,7%), complicações do recém-nascido (9,5% vs 10,4%). Houve associação significativa, entre os períodos no uso de Metformina (8,9% vs 22,0%), no uso de Insulina NPH (24,1% vs 9,2%) e regular (13,0% vs 8,7%), na necessidade de admissão em UTI (6,1% vs 10,0%). Houve uma diminuição, estatisticamente não significativa, em relação aos desfechos de complicações (9,5% vs 10,4%), necessidade de reanimação em sala de parto (2,8% vs 1,2%) e morte neonatal (1,2% vs 0,5%).

CONCLUSÕES

Pode-se evidenciar que dentre as gestantes diabéticas, o subtipo mais encontrado foi Diabetes mellitus Gestacional. Em ambos os períodos, a maioria das diabéticas realizou acompanhamento pré-natal no alto risco e evoluiu para parto cesariana. Em relação a medicação utilizada houve um maior uso de Metformina e menor uso de Insulina NPH e Regular no segundo período. Quanto às complicações neonatais, houve maior necessidade de internação em UTI neonatal no segundo período avaliado (que corresponde ao período da pandemia de Covid-19), o que pode estar relacionado com a necessidade de partos precoces e maiores complicações em gestantes diabéticas acometidas pela infecção viral e seus recém-nascidos.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco

Autores

Aline Abud Gomes, Gustavo Regus Schuster, Gean Scherer da Silva, Isadora Figueiredo Bitencourt , Vitória Miranda Siqueira, Gustavo Kolling Konopka, Luciane Flores Jacobi, Cristine Kolling Konopka