60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

VACINA TRÍPLICE BACTERIANA ACELULAR DO TIPO ADULTO: ANÁLISE DO PERFIL VACINAL DE GESTANTES NO BRASIL

OBJETIVO

O imunizante tríplice bacteriana acelular do tipo adulto, conhecido como dTpa, é uma vacina inativada preconizada em todas as gestantes a partir da 20ª semana de gestação até 45 dias de puerpério, como medida de proteção à difteria, tétano neonatal e coqueluche, doenças que podem causar sérios riscos para o recém-nascido, inclusive o óbito. Assim, o presente estudo objetivou analisar a cobertura vacinal no Brasil nos últimos quatro anos em relação ao imunizante dTpa.

MÉTODOS

Foi realizado um estudo na base de dados do Ministério da Saúde (DATASUS) no anos de 2018 a 2021 sobre o painel de imunização nas gestantes brasileiras com o imunizante dTpa. Não foi detalhado o quantitativo de doses por esquema prévio à gestação de dT (difteria e tétano). Os valores absolutos e relativos (%) foram descritos e correlacionados por período e unidade federativa.

RESULTADOS

Após avaliados os dados, verificou-se no Brasil uma queda progressiva da cobertura vacinal nas gestantes com o imunizante dTpa, sobretudo a partir do ano de 2020 com apenas 1.354.900 doses aplicadas, representando 46,36% de cobertura. Em 2021, o país apresentou uma queda de 17,15% dessas imunizações em relação a 2018, correspondendo a 43,08% de cobertura vacinal. O estado do Acre foi o que apresentou a menor taxa de vacinação média de 2018 a 2021, com apenas 26,70% das gestantes imunizadas, seguido do Pará com 29,08% e Sergipe com 31,79%. O estado de maior índice de imunização materna no mesmo período, com 49,11%, foi o Espírito Santo.

CONCLUSÕES

Destarte, é sabido que o imunizante encontra-se disponível no SUS desde meados de 2014, sendo preconizado e garantido a aplicação em toda gestação. No entanto, é preocupante a queda importante da cobertura vacinal para dTpa no Brasil nos último quatro anos, sobretudo após o início da pandemia em 2020. A criança nasce descoberta, e isso pode acarretar sérios riscos à sua saúde, pois sua imunidade primária ainda não está completa no primeiro ano de vida, sendo papel dos imunizantes do período gestacional de garantir a transmissão de anticorpos maternos que farão parte da primeira imunidade da criança. Portanto, urge a adoção de medidas de gestão em saúde já na atenção básica, local onde as gestantes iniciam seu pré-natal, momento ideal para conscientização sobre a vacinação, ressaltando a segurança da vacina para o binômio mãe-feto e, sobretudo, a proteção futura da criança.

Área

OBSTETRÍCIA - Atenção Primária

Autores

MARCELA NAZARETH SOUZA, Maria Clara Ribeiro Figueiredo, Rafaela Barbosa Carrijo, Marina Timo Machado, Flavia de Castro Santana, Luana Avelino Morais Martins, Flávia Dias Barbosa, Raquel Rocha Machado