60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Perfil epidemiológico das mães de nascidos vivos com microcefalia no Ceará entre 2016 e 2021

OBJETIVO

Descrever o perfil epidemiológico das mães de nascidos vivos com microcefalia no estado do Ceará entre 2016 e 2021.

MÉTODOS

Estudo descritivo de corte transversal relativo ao perfil epidemiológico das mães de recém nascidos portadores de microcefalia, cujos dados foram coletados do Registro de Eventos de Saúde Pública (RESP-Microcefalia), no qual foram pesquisados as variáveis faixa etária, raça/cor, idade gestacional na qual a alteração congênita foi detectada, tipo de gestação e a frequência de diagnósticos positivos para zika, STORCH, sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus e herpes. As porcentagens excluem os dados ignorados relativos a cada variável do grupo descrito. Após a coleta, os dados foram registrados nos programas Microsoft Word e Excel para serem categorizados. Essa pesquisa não foi submetida ao Comitê de Ética Pesquisa em vista de ser um estudo feito a partir da análise de dados de domínio público.

RESULTADOS

O número de mães de nascidos vivos com microcefalia no Ceará no período de 2016-2021 foi de 611. Dentre esse total, 18,5% tinham menos de 20 anos, enquanto 62,52% tinham de 20-34 anos e 15,06% tinham de 35-49 anos. Em relação à cor de pele dessas mães, 5,56% delas são brancas, 0,82% são negras, 87,1% são pardas, 0,16% são amarelas e também 0,16% são indígenas. Tratando-se da idade gestacional na qual a microcefalia foi detectada, 0,49% das mães estavam com menos de 14 semanas de gestação, 2,13% estava entre 14-27 semanas e 73,65% estavam com mais de 29 semanas. Das 611 mães, 83,63% estavam em uma gestação única, enquanto 3,11% estavam em gestação dupla. Acerca do diagnóstico laboratorial positivo, durante a gestação, para infecções que podem estar relacionadas a alguma anomalia ou transtornos congênitos e perinatais, 2,62% das gestantes testaram positivo para zika, 81,5% para STORCH, 1,64% para sífilis, também 1,64% para toxoplasmose e para herpes e 0,98% para citomegalovírus.

CONCLUSÕES

A maior parte das mães de nascidos vivos com microcefalia no período de 2016-2021 estava em idade adulta à época do nascimento, assim como a maior parte delas é de cor parda. Em relação ao período gestacional no qual houve maior detecção da alteração congênita, o período de 14-27 semanas foi o primeiro lugar, bem como as gestações únicas, em relação ao tipo de gestação. Por fim, foi possível observar que mais da metade dessas mães receberam diagnósticos laboratoriais de infecções com potencial para causar risco à saúde fetal.

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Karina Soares Nogueira, José Armando Pessôa Neto, Giulia Queiroz Cavalcanti, Luisa Rolim Miranda, Larissa Rodrigues Melo, Luiz Alexandre Porto Castro Filho, Andreisa Paiva Monteiro Bilhar, Francisco Herlânio Costa Carvalho