60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Reprodução Assistida e o Paciente Transgênero: Uma Revisão da Literatura

OBJETIVO

Realizar uma revisão da literatura a respeito da reprodução assistida na população transgênero.

FONTE DE DADOS

A fonte de dados foi a base PubMed, em agosto de 2022, com termos descritores (DecS): “Assisted Reproduction Techniques" OR "Assisted Reproduction" OR "In vitro Fertilization AND “Transexualism” OR "Transgender". Como limitação, não foram incluídas outras bases de dados.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Foram selecionados 26 estudos sobre reprodução assistida na população transgênero (trans), entre 2017 e 2022, excluindo livros e documentos.

COLETA DE DADOS

A busca inicial resultou em 1297 artigos. Após aplicação dos critérios acima, foram selecionados 44 estudos para leitura de resumos. Excluídos os que não apresentavam o tema em estudo, restaram 26 artigos para elaboração desta revisão.

SÍNTESE DE DADOS

O interesse na parentalidade pela população trans é alto, mas esse objetivo encontra diversas barreiras como preconceito, dificuldade financeira e possível infertilidade consequente aos tratamentos para transição de gênero. As terapias hormonais (TH) têm impacto negativo no potencial reprodutivo e seus efeitos a longo prazo são ainda incertos. O aconselhamento antes do início destas terapias é fundamental, orientado sobre preservação da fertilidade e técnicas de reprodução assistida (TRA) para obtenção de gestação em momento oportuno. A criopreservação de gametas é a técnica mais utilizada. Em homens trans, é importante considerar que a estimulação da ovulação para obtenção de oócitos pode piorar a disforia de gênero e efeitos psicológicos negativos pela postergação do início da TH ou pela suspensão da mesma. Em mulheres trans, a disforia de gênero também deve ser considerada, porém a criopreservação de espermatozoides é mais breve, sem necessidade de TH que estimule caracteres sexuais do gênero biológico. A criopreservação de gametas permite a realização de TRA para obtenção da gestação, e os dados da literatura demonstram haver taxa de sucesso semelhante a de outras populações.

CONCLUSÕES

A partir desta revisão, conclui-se que a preservação da fertilidade deve ser abordada nos primeiros atendimentos ao paciente transgênero que visa início de terapia hormonal de transição. O aconselhamento reprodutivo deve fornecer ambiente seguro para adequado auxílio nesta tomada de decisão. Mais estudos a respeito deste tema são necessários para melhora da assistência e da percepção do paciente na abordagem de futuro reprodutivo.

Área

GINECOLOGIA - Reprodução Humana

Autores

Julia Rossetto Dallanora, Victória Campos Dornelles, Isadora Badalotti-Teloken, Gustav Foerster, Marta Ribeiro Hentschke, Mariangela Badalotti