60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Abordagem na assistência obstétrica à comunidade LGBT: uma revisão sistemática

OBJETIVO

Analisar o cenário da assistência obstétrica à pacientes pertencentes à comunidade LGBT, a fim de promover cuidado adequado e reduzir o desconhecimento entre os profissionais de saúde. Trata-se de uma revisão sistematizada realizada a partir da pergunta “O cenário obstétrico está preparado para prestar assistência à comunidade LGBT?”.

FONTE DE DADOS

A busca ocorreu nas bases de dados PubMed, Medline, Lilacs, Scielo e Scopus, no período de 2002 a 2022, por meio dos descritores relacionados à sigla LGBT e gestação. As limitações apresentadas na busca foram a escassez de estudos.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Foram encontrados 129 artigos. Os critérios de inclusão foram artigos originais disponíveis na íntegra em inglês e português. Cada artigo foi avaliado por dois revisores. Após a extração de dados houve a exclusão inicial de 114 artigos, pois não se enquadravam no objetivo. Em segunda análise foi realizada a leitura na íntegra de 15 artigos e selecionados 10.

COLETA DE DADOS

A estratégia utilizada foi a PICOs: P (participantes): profissionais da saúde que prestam assitência dentro do cenario obstétrico intrahospitalar; I (intervenção): comunidade LGBT com capacidade de gestar e parir; C (controle): mulher cisgênero e heterosexuais; e O (resultado): ausência de evidência sobre o atendimento obstétrico na comunidade LGBT.

SÍNTESE DE DADOS

A população LGBT têm capacidade de gestar e parir ainda que existam fatores que dificultem. Dentre eles destacam-se a hormonioterapia, idade avançada e falta de acesso à reprodução assistida. No momento da resolução da gestação mulheres lésbicas, bissexuais, cisgêneros e homens transgêneros, possuem receio de parir em ambiente hospitalar, tendendo a optar pelo acompanhamento com doulas, enfermeiras obstétricas e obstetrizes em ambiente extra-hospitalar. Os motivos envolvem desde o receio de sofrerem preconceito por parte dos profissionais como por outros pacientes e acompanhantes. Habitualmente, o parto já é um momento de grande vulnerabilidade, para estes pacientes que fazem parte de uma minoria, esse sentimento fica exacerbado.

CONCLUSÕES

A principal dificuldade enfrentada pela comunidade LGBT no momento da gestação e do parto é o preconceito. Este é potencializado pela falta de treinamento entre as equipes multiprofissionais que prestam atendimento obstétrico. Dessa maneira, mais estudos sobre o assunto são necessários para fortalecer as evidências científicas na construção de novas práticas de atendimento e treinamentos às equipes obstétricas.

Área

OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas

Autores

Victória Simões Tchorbadjian, Luisa Mira Ramajo, Jaqueline Sousa Leite, Vitor Henrique Oliveira, Alexandre Massao Nozaki