Dados do Trabalho

TÍTULO

ENDOMETRIOSE URETERAL: RELATO DE CASO

CONTEXTO

O ureter é o segundo sítio mais comum de endometriose no trato urinário, depois da bexiga. O seu tratamento e diagnóstico ainda não têm protocolos bem definidos. Os indivíduos podem ser assintomáticos (até 30%) ou ter sintomas inespecíficos, como dismenorreia, dispareunia e dor pélvica. O diagnóstico demorado pode implicar na hidronefrose e, progressivamente, na perda de função renal. O exame de imagem de primeira linha é a ultrassonografia, tendo a ressonância magnética a capacidade de prover maior detalhamento. Embora haja benefício temporário de outras terapias, o tratamento cirúrgico busca aliviar a obstrução ureteral sem recorrência da doença. A intervenção pode incluir uma ureterólise ou requisitar ureterectomia com anastomose.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente 31 anos, nuligesta, com dismenorreia importante e dor pélvica não menstrual recorrente, apresentou dor aguda e buscou emergência. Exames de imagem iniciais revelaram hidronefrose em ureter esquerdo. Posteriormente, ressonância magnética do abdome total com urorressonância confirma lesão fibrótica única que sugere foco endometrial, ocluindo o ureter e corroborando com achados sugestivos de disfunção do rim esquerdo. Feita drenagem para melhora da função renal por meio de cateter duplo J. A abordagem cirúrgica via laparoscópica incluiu ureterólise, com ressecção da lesão peritoneal circundante ao ureter. Identificada lesão intrínseca do ureter, foi feita ressecção da região e anastomose do terço proximal à bexiga.

COMENTÁRIOS

Neste relato, ficam evidentes as consequências ao paciente que tem o seu diagnóstico tardio de endometriose ureteral. Dores importantes culminando em hidronefrose e perda parcial da função renal foram desencadeados pelo subdiagnóstico de uma patologia ainda pouco estudada. O procedimento cirúrgico foi definitivo para a resolução da fibrose, havendo a necessidade de uma abordagem mais radical para excisão da lesão intrínseca.