60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL: UM ESTUDO TRANSVERSAL

OBJETIVO

Objetivo: descrever o perfil epidemiológico e determinar a frequência de sintomas depressivos e de ansiedade em pacientes com Doença Trofoblástica Gestacional (DTG) acompanhadas ambulatorialmente em um hospital de referência no Brasil.

MÉTODOS

Métodos: Estudo observacional, descritivo, transversal, realizado ambulatorialmente em um centro de referência de Pernambuco entre agosto de 2020 e agosto de 2021, sendo coletadas informações epidemiológicas em 155 prontuários. Para avaliar sintomas de ansiedade e depressão, a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS) foi aplicada a 64 pacientes, por telefone, três meses após o diagnóstico da doença. A análise estatística foi realizada utilizando-se os programas estatísticos Epi Info versão 7.2.5.0 e Medcalc versão 20.111. O estudo foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o CAAE número 27357819.0.0000.5201

RESULTADOS

Resultados: Quanto ao perfil epidemiológico, 46,1% das pacientes tinham entre 15 e 25 anos, 60% se autodeclararam pardas, 63,4% eram solteiras e 62,2% estavam desempregadas. No tocante aos aspectos obstétricos, 59,5% tinham história de um aborto espontâneo, com mediana de 2 gestações anteriores (IIQ = 2). Sangramento vaginal foi relatado por 37,4% das pacientes como primeiro sinal da DTG e a ultrassonografia (USG) evidenciou dados sugestivos da doença em 98,4% dos casos. O diagnóstico foi feito até 12 semanas de gestação em 68,1% da amostra, com dosagem média de beta HCG pré-esvaziamento de 655.674,2 U/ml. Mola hidatiforme completa foi observada em 23,2% da amostra. Casos prováveis de ansiedade (HADSA ≥ 8) e depressão (HADSD 28) foram observados em, respectivamente, 53,1% (n=34) e 43,8% (n=28) das pacientes com DTG. Sintomas graves de ansiedade (HADSA 15-21; IC 95% 0,54-1,37) e depressão (HADSD 15-21; IC 95% 0,49-1,80) foram observados em, respectivamente, 12,5% (n=8) e 4,7% (n=3) das pacientes.

CONCLUSÕES

Conclusões: A população atendida com DTG era predominantemente parda, possuía gestações anteriores e histórico de aborto. A USG foi o exame de imagem mais utilizado para auxiliar no diagnóstico precoce. A curetagem foi o método de esvaziamento uterino mais utilizado e as complicações foram raras. A frequência de sintomas sugestivos de ansiedade e depressão três meses após o diagnóstico foi considerada elevada, apontando para necessidade de intervenções na área da saúde mental durante o tratamento para remissão da doença. Os autores relatam não haver conflito de interesse.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco

Autores

Paula Jaeger Tenório, Leila Katz, Arthur Ferreira Cerqueira Amorim, Lucas Felix Marinho Neves, Yasmin Dantas Pereira, Anna Catharina Magliano Carneiro da Cunha Florencio, Melania Maria Amorim