60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

EPIDEMIOLOGIA DA SÍFILIS GESTACIONAL NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2010 A 2020: UM ESTUDO ECOLÓGICO

OBJETIVO

Objetiva descrever os dados e traçar um perfil clínico-epidemiológico da sífilis gestacional (SG) no Brasil no período de 2010 a 2020.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo ecológico, descritivo, quantitativo, transversal através de dados disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram analisadas as fichas de notificação de sífilis gestacional no Brasil, entre os anos de 2010 e 2020 e avaliadas as variáveis como idade, escolaridade, raça/cor, idade gestacional e classificação clínica. Os dados foram posteriormente tabulados em planilha eletrônica (Excel 2010) e analisados estatisticamente.

RESULTADOS

No atual momento, o país passa por uma epidemia da doença quando comparado a demais nações da América Latina, visualizado através do aumento das taxas de incidência da doença. Entre os anos de 2010 a 2020 foram notificados 61.566 casos de sífilis gestacional (SG), no qual o maior número de casos ocorreu no ano de 2020, totalizando 57.875 casos (94%). De acordo com a faixa etária, a que apresentou maior porcentagem foi entre 20 a 39 anos (74%, n=9261), seguido de 15 a 19 anos (23%, n=2901), e com os menores valores as mulheres acima de 40 anos com 2% e entre 10 e 14 com 1%. Já em relação à escolaridade as maiores incidências foram de mulheres com Ensino Médio Incompleto (40%, n=23.334) e Ensino Superior Incompleto (53%, n=968). Nos casos notificados de sífilis gestacional, houve maior incidência na raça parda (56%, n=32447) e branca (29%, n=16849), seguido das mulheres negras com 13% (n=7402), amarelas com 1% (n=640) e indígenas com 1% (n=286). Segundo a idade gestacional, o maior percentual foi no 1º trimestre com 36,07%, seguido do 3º trimestre com 30,7% e 2º com 26,7%. Já a classificação clínica com maior número de casos notificados foi a sífilis latente com 31%, seguido da sífilis primária (28%), terciária (9%) e secundária (4,4%).

CONCLUSÕES

Conclui-se que a maior incidência de SG foi em 2020. O perfil clínico-epidemiológico das pacientes consiste em mulheres com ensino médio incompleto, pardas, com idade entre 20-39 anos. O maior número de casos notificados segundo a idade gestacional se deu no 1º trimestre e conforme a classificação clínica foi a sífilis latente. Dessa forma é perceptível a existência de fatores sociais associados a falhas na assistência à saúde, o que tem provocado a continuidade da sífilis gestacional como uma grave problemática na saúde pública do Brasil, comparado a demais nações da América Latina.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Gabriela Silva de Brito, Bruna Pereira Fernandes, Jessica Vieira Peixoto, Taisa Del Pino Lino Almeida, Camila Jales Lima de Queiroz, Anderson Belmonte Correia de Oliveira, Ana Thereza da cunha Uchoa