60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Perfil social e caracterização das queixas de mulheres acolhidas em um serviço de Sexologia

OBJETIVO

Descrever a sociodemografia e características da queixa e dos domínios da sexualidade de pacientes atendidas em ambulatório de referência do Nordeste.

MÉTODOS

Estudo transversal, descritivo, baseado em dados registrados nas fichas de atendimento. Foram analisadas as informações de pacientes encaminhadas ao serviço entre 01/2021 e 07/2022. As variáveis incluíram dados sociodemográficos e clínicos, além de aspectos dos domínios da função sexual. Os critérios de exclusão envolveram: gênero masculino, < 18 anos e fichas com dados incompletos. As informações foram analisadas no software REDcap. A pesquisa está resguarda sob parecer emitido pelo Comitê de Ética em Pesquisa local

RESULTADOS

Avaliou-se dados de 73 pacientes. A faixa etária variou de 19 a 63 anos, mediana de 42. Todas eram do sexo e gênero feminino, 69 tinha atração exclusiva por homens e 4 declararam atração por homens e mulheres. Em relação à autodeclaração de cor, a maioria era parda (66,0%). Além disso, 58,9% tinha concluído pelo menos o ensino médio e 43,8% estava com ocupação trabalhista. No tocante à religião, a maior frequência foi a católica (38,3%) e a evangélica (36,9%). A maioria (64,3%) estava casada/união estável ou em relação de namoro(10,95%). Em relação a comorbidades, 16(21,9%) pacientes tinham endometriose, 15 transtorno de ansiedade e 12 depressão, número homólogo mencionou ter HAS ou DM. Caracterizando-se a queixa sexual, a maioria pôde ser considerada adquirida (48-65,7%); insidiosa em 43; situacional em 19 casos e generalizada em 27. A maioria (72,6%) não tinha feito tratamento prévio. Questionadas sobre a importância do sexo, 63,01% tinha motivações relacionais. Sobre as primeiras experiências sexuais, 50,6% declarou que foram insatisfatórias, 42,8% satisfatórias e 5 (6,9%) eram sobreviventes de violência sexual. Sobre os domínios da função sexual, 42 (57,5%) tinha desejo espontâneo prejudicado e 34 (46,5%) o responsivo, a maioria (38-52,05%) tinha lubrificação vaginal e destas, 26 mencionaram não ter manutenção. Sobre o orgasmo, 28 mencionaram ser frequente, 25 raro e para 20 foi uma experiência nunca vivida. Inquiridas sobre dispareunia, apenas 13 negaram. Por fim, 45 (61,6%) mencionaram que a parceria sabia da ocorrência.

CONCLUSÕES

Considerando-se a preponderância das relações afetivas fixas, existe uma relação entre queixas sexuais e disfunções nos laços conjugais. Pela interseção de aspectos biológicos e socioculturais, a abordagem das queixas requer um planejamento de assistência multidisciplinar.

Área

GINECOLOGIA - Sexualidade

Autores

José Armando Pessôa Neto, Débora Fernandes Britto, Isabella Parente Ribeiro Frota, Gabriel Marcos Leônidas, Letícia Nacle Estefan Sobral, Leticia Soares Amorim, Amanda Madureira Silva, Alícia Mourão Vieira