60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

ÍNDICE DE MASSA CORPORAL COMO PREDITOR DE DESFECHOS DESFAVORÁVEIS EM GESTANTES COM DIABETES

OBJETIVO

Avaliar a influência da obesidade e do ganho de peso excessivo nas gestantes com diabetes atendidas no Pré-natal de alto risco de um Hospital Municipal do Rio Grande do Sul, visto que tal tema é considerado um problema de saúde pública globalmente e caracteriza-se como um importante fator de risco prevenível na prevalência de morte fetal, mortalidade neonatal e infantil.

MÉTODOS

Estudo de coorte retrospectiva, com coleta de dados a partir dos prontuários eletrônicos de pacientes com diabetes mellitus atendidas no pré-natal de alto risco de um Hospital Materno-Infantil Público de Porto Alegre-RS entre os anos de 2019 e 2020. As pacientes foram divididas em três grupos de acordo com o IMC (kg/m²) baseados nos critérios de ATALAH. As variáveis categóricas foram apresentadas com suas respectivas prevalências e intervalos de confiança de 95% (IC: 95%). Para determinação das diferenças dos desfechos segundo variáveis independentes o teste do chi-quadrado e/ou Kruskall-Walis, considerando p<0,05. Aprovado pelo Comite de Ética em Pesquisa local (CAAE 53169321.70000.5329).

RESULTADOS

Observou-se que 24% das pacientes apresentaram alguma complicação. Quanto maior o IMC materno inicial, maior o percentual de complicações materno-fetais (p= 0.001 linear, qui quadrado 0.004). A média do IMC total da amostra analisada foi 30,25 ± 6,8 kg/m2. O ganho de peso total na gestação 9,16 ± 6,8 kg. Quem desenvolveu doença hipertensiva específica da gestação (3,5% do total de pacientes) teve maior ganho de peso na gestação (p = 0.027) mas não teve diferença no IMC inicial (p = 0.250). Já nas pacientes que desenvolveram pré-eclâmpsia (10% do total de pacientes) não teve relação com ganho de peso materno na gestação (p= 0.088) nem com IMC materno inicial (p = 0.472).Quanto maior o número de consultas no pré-natal de alto risco, menor foi o ganho de peso da paciente (correlação: R= -0.474). Observou-se mais parto cesáreo nas pacientes com maior IMC (obesidade) p=0.003. O IMC inicial e ganho de peso das mães foi significativamente maior nos RNs que apresentaram macrossomia.

CONCLUSÕES

Os resultados suportam que a piora da obesidade, bem como o ganho de peso acentuado durante a gravidez aumenta a taxa de cesariana, bem como macrossomia e recém nascidos grandes para a idade gestacional, desenvolvimento de doença hipertensiva específica da gestação e pré-eclâmpsia.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco

Autores

Kassia Merchioratto, Victória Campos Dornelles, Eduarda Silva, Laura Confortin Bonafé, Julia Rossetto Dallanora, Gabriela Dalla Giacomassa Rocha Thomaz, Mahine Braido, Ana Paula Menezes de Oliveira