60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Noctúria: perfil clínico de mulheres atendidas em unidades de referência do sistema único de saúde

OBJETIVO

Descrever o perfil clínico de mulheres com noctúria atendidas em duas unidades de referência do sistema único de saúde no Rio de Janeiro.

MÉTODOS

Trata-se de um recorte de estudo transversal, com amostra de conveniência, tendo como população mulheres com e sem queixa de noctúria. As variáveis estudadas foram número de micções noturnas, idade, IMC, sintomas do trato urinário baixo, comorbidades, medicações em uso, tabagismo, uso de cafeína, ingestão de álcool, níveis de hemoglobina glicada, avaliação da função renal e risco de síndrome da apnéia obstrutiva do sono (SAOS), avaliada através do questionário STOP-bang. As variáveis contínuas foram expressos como média e desvio padrão, enquanto as variáveis categóricas foram expressas como frequências O estudo foi aprovado no pelo Comitê de Ética em Pesquisa com CAAE43177721.5.0000.5243.

RESULTADOS

Foram incluídas 80 pacientes com noctúria, das quais 61 (76,25%) apresentavam dois ou mais episódios de micção noturna. As idades variaram entre 24 e 88 anos (58,60 ±11,37), sendo que 43 mulheres (53,75%) tinham mais de 60 anos. Apresentavam obesidade 35 pacientes (46,67%), enquanto 15 (19,23%) tinham alto risco para SAOS. Tinham mais de duas comorbidades 57 (74,03%) mulheres, e faziam uso de polifarmácia 24 delas (21,27%). Apresentavam hipertensão 45 (56,96%) pacientes, e as medicações mais utilizadas foram bloqueadores do receptor de angiotensina II (33 casos), diuréticos (25 casos) e bloqueadores dos canais de cálcio (14 casos). Eram diabéticas 22 pacientes, 18 dosaram a hemoglobina glicada, que estava fora do alvo em 5 casos. Das pacientes sem história de DM, 31 tinham a dosagem de hemoglobina glicada, que em 17 delas estava superior ao limite de normalidade. Dentre os sintomas urinários, 48 mulheres apresentavam incontinência mista, enquanto 16 tinham bexiga hiperativa. O consumo médio de cafeína foi de 163,64±73,58mg/dia. O consumo de bebia alcoólica foi nenhum para 66 pacientes, e menor do que 30g/dia para as demais.

CONCLUSÕES

A prevalência de condições clínicas que, segundo a literatura, podem causar noctúria é elevada entre as mulheres que foram atendidas nos serviços de referência participantes do estudo.

Área

GINECOLOGIA - Uroginecologia

Autores

Ingrid Antunes da Silva, Carlos Augusto Faria, Vanessa da Costa Rodrigues