60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

DIU DE COBRE NO PÓS PARTO IMEDIATO: AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DE NOVO PROTOCOLO INICIADO NO CENTRO OBSTÉTRICO DE UM HOSPITAL PÚBLICO MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE

OBJETIVO

Este estudo tem como objetivo avaliar a efetividade da inserção pós parto imediato do dispositivo intrauterino (DIU) de cobre nas pacientes do centro obstétrico (CO) de um hospital materno infantil público municipal em Porto Alegre, após cinco meses de introdução deste protocolo no serviço

MÉTODOS

Foram incluídas 96 pacientes que optaram pela inserção do DIU no pós parto imediato e assinaram termo de consentimento informando riscos e benefícios do procedimento, entre março a julho de 2022. Todas as pacientes receberam, na alta hospitalar, solicitação de ecografia transvaginal para realizar após 40 dias do parto e agendamento de consulta no ambulatório de planejamento familiar. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do serviço como parte de um projeto guarda-chuva ambispectivo realizado no serviço (CAAE 53225121.7.0000.5329). Teste T e ANOVA foram utilizados conforme as variáveis analisadas, considerando p<0,05.

RESULTADOS

Nos cinco primeiros meses da implantação do protocolo de inserção de DIU de cobre no pós parto imediato do serviço, 10,4% do total de pacientes que manifestaram desejo do método não toleraram a inserção do dispositivo. Do total de pacientes que toleraram, 41,8% perderam seguimento: ou não agendaram a ecografia de controle, ou não retornaram para realização do exame/consulta. Considerando as pacientes que realizaram o seguimento adequado, 72,2% apresentaram DIU normoposicionado em ecografia, sendo, portanto, a taxa de expulsão/deslocamento do mesmo 27,8%. Em relação à via de parto, foi comparada a taxa de DIU normoposicionado após inserção imediata ao parto cesárea e ao parto vaginal: observou-se, respectivamente, 27,2% vs. 32%, p = 0,401.

CONCLUSÕES

Em relação aos dados da literatura a respeito da inserção do DIU no pós parto imediato, a taxa de expulsão/deslocamento do mesmo nos primeiros cinco meses de implantação do protocolo no serviço situa-se dentro do esperado (10-40% de variação comparado a 3-10% da taxa de inserção do DIU fora deste período). Ainda, apesar de outros estudos apresentarem maior taxa de expulsão pós parto vaginal imediato, este estudo não demonstrou diferença em relação à via de parto. No entanto, é necessária a ampliação da amostra para maiores conclusões. Ademais, os resultados encontrados ressaltam a importância de melhorias no protocolo quanto à busca ativa e seguimento das pacientes. Novas análises serão realizadas para melhor avaliação da eficácia deste método no serviço.

Área

GINECOLOGIA - Contracepção

Autores

Isadora Vargas Ferreira, Victória Campos Dornelles, Natália Zart Klafke, Julia Rossetto Dallanora, Laura Confortin Bonafé, Eduarda Silva, Gabriela Prevedello Oliveira , José Luiz Petersen Krahe