60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANÁLISE DO PERFIL DE DETENTAS ADMITIDAS PARA DESFECHO GESTACIONAL NO CENTRO OBSTÉTRICO DE UM HOSPITAL PÚBLICO MATERNO INFANTIL MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE

OBJETIVO

O objetivo deste estudo foi analisar o perfil socioeconômico das pacientes detentas internadas no Centro Obstétrico (CO) de um hospital público materno infantil municipal de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

MÉTODOS

Foram incluídas neste estudo todas as pacientes provenientes de unidades prisionais internadas para desfecho gestacional no CO de um hospital público materno infantil municipal de Porto Alegre, RS, no período de janeiro de 2019 a maio de 2022, totalizando 13 mulheres. Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do serviço como parte de um projeto guarda-chuva ambispectivo realizado no serviço (CAAE 53225121.7.0000.5329). Teste T e ANOVA foram utilizados conforme as variáveis analisadas, considerando p<0,05.

RESULTADOS

Em relação à etnia das pacientes, 53,8% eram pardas, 7,6% negras e 38,4% brancas, p=0,0001. A média de idade foi de 25,38 anos, sendo 84,6% multíparas e 15,3% primigestas (p < 0,0001). Destas pacientes, 15,3% eram declaradamente usuárias de drogas, 38,4% apresentaram diagnóstico de sífilis gestacional e 7,6% de infecção pelo vírus HIV. Quanto à via de parto, 84,6% foram partos vaginais vs. 15,3% de partos cesáreos (p = 0,4114), com 15,3% de recém-nascidos prematuros vs. 69,2% a termo vs. 7,6% pós termo vs. 7,6% feto morto/aborto (p < 0,0001). Além disso, 23% dos recém-nascidos necessitaram de internação em UTI neonatal, sendo que 38,4% nasceram com Apgar no 1° minuto menor ou igual a sete.

CONCLUSÕES

Analisando os dados obtidos neste estudo, a maioria das pacientes detentas internadas para desfecho gestacional no CO do referido serviço era de etnia parda e multíparas. Não houve diferença estatística em relação à via de parto do desfecho gestacional e a maioria dos recém nascidos foi a termo. Não foram encontradas diferenças significativas em relação às outras variáveis. Este estudo chama atenção à importância do atendimento multidisciplinar prestado nos serviços de referência para mulheres em situação de privação de liberdade, levando em conta a vulnerabilidade social de tal população.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Eduarda Silva , Julia Rosseto Dallanora, Victoria Campos Dornelles, Laura Confortin Bonafé, Julia Krusser Zambonato Krusser Zambonato, Gabriela Prevedello Oliveira, Ana Paula Menezes de Oliveira, José Luiz Petersen Krahe