Dados do Trabalho

TÍTULO

AVALIAÇÃO DA CALCULADORA PIERS NA PREDIÇÃO DE EVENTOS ADVERSOS EM GESTANTES COM PRÉ-ECLÂMPSIA

OBJETIVO

Avaliar a eficácia do fullPIERS na predição de desfechos maternos adversos em gestantes diagnosticadas com pré-eclâmpsia em Hospital Universitário do Rio Grande do Sul.

MÉTODOS

Foram avaliadas 85 pacientes com pré-eclâmpsia, sendo determinadas as seguintes variáveis: idade gestacional na interrupção, dor torácica, dispneia, saturação de oxigênio, contagem de plaquetas, creatinina sérica, TGO/TGP, relação proteinúria/creatinúria, paridade, via de parto e presença de complicações.

RESULTADOS

Em relação a paridade, 44 das 85 (51,76%) eram primigestas; a idade gestacional média ao diagnóstico foi de 35 semanas e 1 dias (DP=± 3 semanas e 6 dias); 36 gestantes (42,35%) possuíam comorbidades prévias, enquanto 49 (57,65%) não as possuíam, sendo que 13 pacientes tinham história de hipertensão arterial sistêmica prévia, 6 pacientes com diabetes mellitus prévio, 6 com doença hipertensiva gestacional, 13 pacientes com diabetes mellitus gestacional e 5 tabagistas. Os valores da relação proteinúria/creatinúria variaram de 0,220 a 6,083, com valor médio de 0,812, (DP=± 0,8212); os valores de creatinina variaram de 0,59 a 1,58, com creatinina média de 0,86 (DP=± 0,1613); os valores de TGO variaram de 10 a 172, sendo a média de 23,49 (DP=± 23,0107), enquanto os valores de TGP variaram de 8 a 211 com valor médio de 21,282 (DP=± 29,8714). A saturação das pacientes variou de 93 a 100%, com valor médio de 98,44% (DP=± 0,9813) e os valores de plaquetas na avaliação inicial variaram de 22 mil a 408 mil, com média de 221,94 mil plaquetas (DP=± 65,181). Os valores obtidos a partir da calculadora fullPIERS variaram de 0 a 42%, com valor médio de 1,85% (DP=± 6,2969) e em relação a via de parto, 77 participantes (90,59%) foram submetidas ao parto cesariano e as outras 8 (9,41%) parto vaginal. Como complicação grave da pré-eclâmpsia, 4 pacientes cursaram com disfunção hepática grave, evoluindo para Síndrome de Hellp e nenhuma com dor torácica ou dispneia. Houveram 2 (2,35%) óbitos fetais e não houve morte materna. Houve diferença estatística significativa entre a ocorrência de complicações graves e o valor obtido através da calculadora fullPIERS (p<0,001, teste de qui-quadrado de Pearson).

CONCLUSÕES

A calculadora fullPIERS não mostrou bom desempenho para prever desfecho materno adverso em gestantes com pré-eclâmpsia na amostra. O resultado se deu independente dos valores encontrados para as variáveis utilizadas na calculadora, paridade e presença de comorbidades prévias.