60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

TAXA DE ÓBITO FETAL E RELAÇÃO COM O PERFIL MATERNO DENTRE PACIENTES INTERNADAS EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA MUNICIPAL EM PORTO ALEGRE, RIO GRANDE DO SUL

OBJETIVO

O presente estudo visa analisar a associação da realização ou não de acompanhamento pré-natal e de outras características socioeconômicas à taxa de óbito fetal em pacientes admitidas em uma maternidade pública municipal em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

MÉTODOS

Foi analisado o perfil das pacientes que apresentaram óbito fetal dentre todas as pacientes internadas no centro obstétrico do referido serviço entre janeiro de 2019 e maio de 2022, totalizando 6347 pacientes, sendo que, destas, 86 apresentaram o desfecho estudado. Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do serviço como parte de um projeto guarda-chuva ambispectivo realizado no serviço (CAAE 53225121.7.0000.5329). Teste T e ANOVA foram utilizados conforme as variáveis analisadas, considerando p<0,05.

RESULTADOS

A taxa de óbito fetal no presente serviço foi de 1,35%. Destas, em relação à realização de pré-natal, 9,3% realizaram pré-natal de alto risco no serviço referido enquanto 73,2% não haviam realizado pré-natal (p=0,001). A média de consultas de pré-natal das pacientes que realizaram o acompanhamento, sendo alto ou baixo risco, foi de 5 consultas. Das etnias, 56,9% eram brancas vs. 3,4% indígenas vs. 20,9% negras vs. 18,6% pardas. A média de idade das pacientes foi 27,1± anos. Ademais, 4,6% das pacientes eram declaradamente usuárias de substâncias psicoativas, 9,3% diagnosticadas com sífilis gestacional e 2,3% com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana. Sobre a via de parto, 76,8% foram cesarianas enquanto 23,2% foram partos vaginais. Quanto à idade gestacional (IG) no momento do óbito fetal, 72% estavam com IG menor que 34 semanas vs. 6,9% com IG entre 34 e 36 semanas vs. 19,7% com IG entre 37 e 40 sem vs. 1,1% com IG igual a 41 semanas. Destes, 9,3% foram óbitos em gestações gemelares.

CONCLUSÕES

Frente aos resultados apresentados, observa-se a importância da realização de acompanhamento pré-natal para prevenção de desfechos adversos materno-fetais como o óbito fetal, visto que a maioria das pacientes com este desfecho neste estudo não havia realizado pré-natal. Não foram identificadas outras associações estatisticamente significativas neste trabalho. Mais estudos considerando uma maior amostra de óbitos fetais podem possibilitar novas conclusões.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Laura Confortin Bonafé, Laura Confortin Bonafé, Julia Rossetto Dallanora, Julia Rossetto Dallanora, Victoria Campos Dornelles, Victoria Campos Dornelles, Eduarda Silva, Eduarda Silva, Gabriela Prevedello Oliveira, Gabriela Prevedello Oliveira, Ana Paula Menezes de Oliveira, Ana Paula Menezes de Oliveira, José Luiz Petersen Krahe, José Luiz Petersen Krahe, Natália Liermann Franz, Natália Liermann Franz