60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

COMPLICAÇÕES OBSTÉTRICAS EM GESTANTES DIAGNOSTICADAS COM INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO

OBJETIVO

Avaliar as complicações obstétricas em gestantes com infecção do trato urinário (ITU) em um hospital do Sul do Brasil.

MÉTODOS

Estudo transversal quantitativo e retrospectivo, feito através da análise de prontuários eletrônicos de 786 gestantes internadas na maternidade que realizaram EQU e urocultura de 2020 a 2021. Foi utilizado o programa estatístico SPSS v.23.0 e empregada a estatística descritiva para variáveis categóricas e quantitativas. Análises de associação foram testadas por regressão logística. Foram considerados os intervalos de confiança para 95% e valores significativos para p<0,05.

RESULTADOS

Das pacientes com urocultura positiva, 58,7% das infecções ocorreram por E. coli, 13% por Klebsiella, 6,5% por Proteus e 2,2% por Enterococcus. Das pacientes com urocultura positiva, 2,2% tiveram trabalho de parto prematuro, 16,7% dos recém-nascidos nasceram prematuros, nenhuma paciente teve restrição de crescimento intrauterino e 4,3% desenvolveram pré-eclâmpsia. Além disso, observou-se que os antibióticos mais utilizados no hospital em questão no período analisado foram cefalotina (33,2%), cefalexina (32,6%), nitrofurantoína (16,6%) e ampicilina (3,7%). Ainda, a pesquisa mostrou que: das pacientes com bacteriúria discreta, 83,3% não receberam antibiótico; com bacteriúria moderada, 54,9% não receberam antibiótico; e com bacteriúria intensa, 19% não receberam antibiótico.

CONCLUSÕES

percebe-se que a E. coli é o patógeno mais associado à ITU, bem como mostrado na literatura. As referências mostram que as complicações mais comuns decorrentes de ITU na gestação são ruptura prematura de membranas ovulares, trabalho de parto prematuro, corioamnionite, febre no pós-parto, sepse materna e infecção neonatal, enquanto neste estudo foi observado prematuridade, trabalho de parto prematuro e pré-eclâmpsia. No que se refere ao tratamento, de acordo com a literatura, bacteriúria assintomática e cistite, geralmente, são tratadas com furantoína, ampicilina ou cefalexina. Neste estudo, os antibióticos mais utilizados foram cefalotina, cefalexina, nitrofurantoína e ampicilina. Ademais, a literatura preconiza que bacteriúria assintomática seja tratada em todas as gestantes, e neste estudo percebeu-se que grande porcentagem das gestantes com bacteriúria discreta, moderada e intensa não receberam antibiótico. A ITU é uma afecção comum na gestação, e seu reconhecimento é de extrema importância para que o tratamento seja adequado, prevenindo complicações.

Área

OBSTETRÍCIA - Predição / prevenção de doenças no ciclo gravídico puerperal

Autores

Eduarda Rebés Müller, Eduarda Bertolini, Lavínia Comarú Traichel, Mariana Wallauer Reinheimer, Gabriela Silveira da Teixeira, Leandro Luis Assmann