60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Tumor Trofoblástico Epitelioide com mestástase pulmonar: relato de caso.

CONTEXTO

A doença trofoblástica gestacional (DTG) engloba uma série de distúrbios ocasionados pela proliferação anormal do trofoblasto, incluindo formas benignas, como a mola hidatiforme completa e parcial, e formas malignas, como a mola invasiva, o coriocarcinoma e o tumor trofoblástico epitelioide (TTE). Especificamente, o TTE é uma rara neoplasia que pode ocorrer em associação com qualquer evento gestacional, surgindo em 67% dos casos após alguns anos de uma gravidez a termo com quadro clínico pouco expressivo e níveis de beta-HCG baixos. Relato aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com CAAE 61704122.0.0000.5050.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente LFS, 34 anos, G2P1A1, com histórico de gravidez molar na primeira gestação em 2014, sendo realizado esvaziamento uterino com confirmação histopatológica e adequado seguimento posterior com beta-hCG. Em 2016, apresentou gestação sem intercorrências a termo. Em 2018, nos exames de rotina, constatou beta-hCG positivo, porém com ultrassom transvaginal e ressonância magnética de pelve sem achados na cavidade uterina. Em 2021, paciente assintomática foi referenciada ao serviço de doença trofoblástica gestacional após 2 anos de persistência da positividade do beta-hCG em baixos níveis (29-180 mIU/ml). Solicitada inicialmente radiografia de tórax que evidenciou opacidade grosseiramente nodular projetada em sombra cardíaca. Discutido caso em conjunto com os serviços de oncologia e cirurgia torácica que optaram por biópsia excisional do achado pulmonar, evidenciando após imuno-histoquímica tumor trofoblástico epitelioide. Paciente segue em acompanhamento ambulatorial para avaliação dos níveis de beta-hCG que atualmente permanecem negativos.

COMENTÁRIOS

O diagnóstico do tumor trofoblástico epitelioide é aventado pela associação do histórico de gestação anterior com a persistência da positividade do beta-hCG. A confirmação deve ser feita por meio da biópsia com imuno-histoquímica, diferenciando os tipos de neoplasia trofoblástica gestacional. Nota-se nesse caso a demora na suspeição do diagnóstico com potencial prejuízo para a paciente, visto que outros sítios como vagina, fígado e cérebro poderiam ter sido também acometidos.

Área

GINECOLOGIA - Oncologia Ginecológica

Autores

Aline Mota Alves, Cecilia Maria Ponte Ribeiro, Nadiejda Mendonça Aguiar Nobre, Roberta Pontes Braga