60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Análise do Perfil Epidemiológico e Evolução Hospitalar do Parto de Gestantes com Hipertensão na Gravidez

OBJETIVO

Este estudo tem por objetivo analisar o perfil das gestantes com distúrbios hipertensivos no momento do parto e associá-los aos desfechos maternos e perinatais

MÉTODOS

Em análise retrospectiva transversal em base de dados, todas as internações para parto em uma maternidade pública de referência quaternária foram analisadas, entre os anos de 2014 a 2019. Os dados foram coletados pelos médicos assistentes, em formato estruturado e informatizado, desde a admissão até alta. Os critérios de inclusão foram nascimento com idade gestacional acima de 20 semanas ou peso ao nascer maior que 500 gramas. Fatores antenatais e perinatais disponíveis no registro eletrônico foram associados aos desfechos maternos e neonatais comparando-se as mulheres que tiveram distúrbios hipertensivos com as que não tiveram, através de testes estatísticos. O projeto foi aprovado pela Comissão de Ensino e Pesquisa CAAE 36334220.8.0000.5149

RESULTADOS

No período estudado, 12.433 gestantes internadas na maternidade. Das 11.173 pacientes elegíveis, 754 (6.8%) apresentaram alguma forma de hipertensão na gravidez e 10.409 (93.2%) foram consideradas no grupo controle. Fatores que se associaram à hipertensão foram idade da mulher (média 32,5 anos versus 31,5, p<0,001), diabete (14.8% versus 10.6%, p=0,001), gemelaridade (4.3% versus 2.3%, p<0,001), plaquetopenia (1,6% versus 0,5%, p<0,001) hipertensas e não hipertensas, retrospectivamente. Em relação ao parto e complicações imediatas, a cesariana foi mais frequente no grupo de hipertensas (71.3%), assim como o parto prematuro (39.9%), nearmiss (9,5%), hemotransfusão (5,4%), admissão em CTI (5,6%), em relação às não hipertensas. Quanto ao resultado neonatal durante o período de internação, o peso ao nascer foi menor (media 2595 versus 2999 gramas, p<0,001) , o escore de Apgar no 1o e 5o minuto foram inferiores (p<0,001) e a necessidade de cuidado intensivo neonatal. O óbito nas sala de parto foi maior nos neonatos de mulheres hipertensas em relação às não hipertensas (p<0,001).

CONCLUSÕES

A hipertensão na gravidez se mantém associada ao resultado materno e neonatal hospitalar pior em relação às não hipertensas, mesmo em um centro de referência para alta complexidade. Estratégias antenatais efetivas e no parto ainda são políticas essenciais para a prevenção das complicações e redução de danos na população alvo

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

Patrícia Gonçalves Teixeira, Marina Ribeiro Bartholo, Anna Luiza Rocha Queiroz, Lorena Almeida Silva , Mário Dias Corrêa Júnior, Eura Martins Lage, Zilma Silveira Nogueira Reis