60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Conhecimento de Ginecologistas acerca da Insuficiência Ovariana Prematura.

OBJETIVO

Avaliar o conhecimento de médicos ginecologistas e residentes da área quanto ao diagnóstico, orientação e tratamento de mulheres com Insuficiência Ovariana Prematura (IOP).

MÉTODOS

Estudo de corte transversal. Foram encaminhados questionários on-line para todos os ginecologistas associados à FEBRASGO e analisadas as respostas recebidas. Variáveis categóricas são descritas como frequência e variáveis numéricas como estatísticas descritivas.

RESULTADOS

Foram analisadas respostas de 348 ginecologistas que tinham média de idade de 44,5 ±12,8 anos, sendo 75% mulheres e 25% homens. A maioria (67%) tinha mais de 10 anos de formado e atendeu ao menos um caso de IOP no último ano. Aproximadamente metade conhece o novo conceito diagnóstico de IOP (52,3%), enquanto 8 em cada 10 reconheceram 5 das 8 causas associadas a IOP. Porém, 35% também assinalaram outras alterações que não são causas de IOP, como exercícios físicos e sangramento pós-parto e 29,9% não apontaram disgenesia gonadal como causadora. Quando consideradas as respostas totalmente corretas (aqueles que marcaram todas e somente as alternativas causadoras de IOP), apenas 9% dos entrevistados foram acertivos. Quanto ao tratamento de IOP, 97% recomendam terapia hormonal (TH), porém apenas 44% o fazem em dose adequada, enquanto os demais usam doses baixas para a idade. Quanto ao uso de Contraceptivo Oral Combinado para o tratamento, este é usado por 33% dos médicos. Para qualquer tipo de TH, o estrogênio é utilizado em regime contínuo por 73,7%, enquanto os demais fazem pausas mensais (19%), trimestrais (4%) ou semestrais (1%). A TH é prescrita ao menos até 50 anos para 80% dos médicos, enquanto os demais o fazem até melhorarem os sintomas ou por tempo mais curto. Em relação às repercussões, e sendo a perda de massa óssea uma importante preocupação na IOP, cerca de 30% dos ginecologistas não avaliam níveis de vitamina D, cálcio ou solicitam densitometria óssea no acompanhamento destas mulheres.

CONCLUSÕES

Tais dados ressaltam o relativo desconhecimento em relação à IOP pela classe de especialistas que atende estas mulheres. Considerando que 1 a 3 mulheres em 100 apresentarão IOP, esta pesquisa mostra a necessidade de inserção deste tema em programas de educação continuada e em congressos promovidos pelas entidades de classe, de forma a melhorar o diagnóstico, acompanhamento e tratamento oferecido pelos ginecologistas.

Área

GINECOLOGIA - Endocrinologia Ginecológica

Autores

Pedro Henrique Rosa e Silva, Silvia Regina Ferreira, Maria Lucia dos Anjos Prado, Daniela Angerame Yela Gomes, Cristina Laguna Benetti Pinto