60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Distúrbios neurogênicos e disfunção do trato urinário inferior feminino: abordagem prática.

OBJETIVO

O cenário da paciente com neuropatias que estão relacionadas aos distúrbios urinários, impacta na qualidade de vida. Os sintomas podem levar ao isolamento social, prejudicar as atividades da vida diária e reduzir a expectativa de vida. Este estudo tem como objetivo fazer uma revisão sistematizada, e propor um fluxograma didático e prático das recomendações atuais para a abordagem uroginecológica de pacientes com neuropatia e disfunção urinária.

FONTE DE DADOS

Os autores buscaram dados sobre combinações dos termos “Lower urinário tract symtoms” AND “neurogenic voiding disorder” de janeiro de 2012 a janeiro de 2022 nas seguintes bases de dados científicas: PUBMED, Medline, EMBASE e The Cochrane Library. Critérios de inclusão: ensaios clínicos randomizados, revisões sistemáticas e metanálises, protocolos de sociedades especializadas e artigos anteriores a esse período, de acordo com a relevância clínica.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Dos 25 estudos analisados, 09 estudos foram selecionados segundo critérios pré-estabelecidos de análise qualitativa de relevância. Os autores acrescentaram 2 referências por relevância na área de uroginecologia e doenças neurológicas.

COLETA DE DADOS

Das 11 referências selecionadas, foram extraídos dados das principais neuropatias que podem causar disfunção urinária como as lesões do SNC, acidente vascular cerebral, lesão medular, meningomielocele e esclerose lateral amiotrófica assim como as principais condutas e recomendações diante de cada quadro uroginecológico predominante.

SÍNTESE DE DADOS

De acordo com as referências analisadas os autores propuseram um fluxograma de abordagem prática em 10 passos: avaliação de comorbidades; testes neurológicos; avaliação uroginecológica; avaliação da função renal, exames de imagem para descartar hidronefrose; estudo urodinâmico para definir o padrão disfuncional do detrusor; tratamento com medidas gerais para esvaziamento vesical; estratificar risco para lesão de sistema urinário superior; monitorar esse risco com avaliação periódica; tratamento específico com medicamentos e/ou procedimentos para favorecer padrão urinário satisfatório.

CONCLUSÕES

Cabe ao médico assistente ficar atento à anamnese cuidadosa e ao volume residual urinário pós-esvaziamento. O tratamento em geral aborda maior ingestão hídrica, manobras para favorecer o esvaziamento vesical, medicações e/ou autocateterismo intermitente. A abordagem de uma equipe multidisciplinar com uma proposta de fluxograma prático de assistência podem fazer a diferença no prognóstico e na qualidade de vida da paciente.

Área

GINECOLOGIA - Uroginecologia

Autores

JULIANA MARQUES MARRA, PAULO VITOR CASTRO VIEIRA, ANNA MARIA SENNA MIGUELETTO, LUIS FLAVIO ARAUJO OLIVEIRA, EDUARDO CARNEIRO FABRÍCIO SOUZA, GISELE VISSOCI MARQUINI