60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Desfechos de gestantes com Covid-19 em uma maternidade de referência em Salvador-BA

OBJETIVO

Realizar um levantamento retrospectivo acerca dos desfechos de gestantes diagnosticadas com COVID-19.

MÉTODOS

Estudo observacional retrospectivo, realizado durante o período de maio/2020 a abril/2022, em uma Maternidade de Referência em Salvador-BA. O grupo de estudo foi de gestantes e puérperas com RT-PCR positivo para SARS-CoV-2. A coleta de dados foi realizada através de revisão de prontuários. A entrada e o gerenciamento dos dados foram realizados através da plataforma REDCap. O projeto foi aprovado pelo CEP e identificado com o Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) de número 30162720.8.1001.0040.

RESULTADOS

Foram incluídas 221 gestantes e puérperas com RT-PCR positivo para COVID-19. Destas, 120 (58%) foram admitidas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com média de internação 4,45 dias. 29 (13.2%) necessitaram de drogas vasoativas/inotrópicos, 123 (55.9%) receberam suporte de oxigênio e/ou ventilação com um ou mais dos seguintes: 25 (20.3%) ventilação mecânica, 5 (4.1%) ventilação mecânica não invasiva, 18 (14.6%) máscara facial, 94 (76.4%) cânula nasal. 115 (70.13%) apresentaram complicações obstétricas, enquanto 63 (28.5%) não tiveram complicações, e 11 (4.9%) com informações indisponíveis. As complicações obstétricas mais frequentes foram: 84 (38.5%) pacientes com anemia (hb <11g/dl), 60 (27.5%) parto prematuro, 43 (19.7%) hipertensão gestacional, 34 (15.6%) diabetes gestacional, 34 (15.6%) infecção bacteriana, 31 (14.2%) pré-eclâmpsia/eclâmpsia, 24 (10.85%) outras complicações. Como desfecho da gestação atual foi encontrado: 143 (64.7%) nascimentos vivos, 4 (1.8%) natimortos, 8 (3.6%) abortos espontâneos, 62 (28.1%) não entregues na maternidade, 2 (0.9%) pós-aborto. Quanto ao desfecho hospitalar: 203 (91.9%) tiveram alta, 16 (7.2%) foram transferidas e 2 (0.9%) foram a óbito.

CONCLUSÕES

O levantamento realizado mostrou baixa taxa de mortalidade no grupo de pacientes, apesar das alterações circulatórias intrínsecas às gestantes e puérperas constituírem um fator de risco para pior desfecho nesse grupo populacional quando associado à COVID-19. Por se tratar de uma maternidade de referência, o suporte realizado na UTI proporcionou acesso a oxigenoterapia, ventilação mecânica e uso de drogas vasoativas, que geraram desfechos mais favoráveis, em relação à taxa de mortalidade da COVID-19 entre gestantes e puérperas no Brasil.

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Yuri de Jesus Machado, Fernando Antônio Ramos Schramm Neto, Carolina Dourado de Faria, Lorena Cunha Martins, Juan Ignacio Calcagno, Pedro Paulo Bastos Filho, Isadora Cristina de Siqueira