60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

EVOLUÇÃO DOS PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS EM ADOLESCENTES DURANTE A GRAVIDEZ E PÓS-PARTO.

OBJETIVO

Avaliar a evolução de parâmetros antropométricos em adolescentes durante a gravidez e pós-parto.

MÉTODOS

Estudo de coorte prospectivo (CAAE: 35521414.2.0000.54040). O cálculo do tamanho amostral foi baseado na proporção de mulheres com Índice de Massa Corporal (IMC) baixo e sobrepeso/obesidade e a prevalência de inadequação do ganho de peso gestacional (27,1% no baixo peso e 71% no sobrepeso/obesidade). O nível de significância de 5% e perda de 20%, determinaram o n de 138 gestantes. Foram incluídas gestantes entre 10 a 19 anos, nulíparas, que iniciaram o pré-natal antes da 20ª semana, com gestação única. Os encontros ocorreram 3 vezes no pré-natal e 1 vez no pós-parto. Foram aferidos o percentual de gordura corporal através de 4 dobras cutâneas (DC) (triciptal, biciptal, subescapular e supra ilíaca) e bioimpedância elétrica (BIA), peso e IMC.

RESULTADOS

Ao correlacionar as médias de DCs e BIA do segundo, terceiro trimestre e pós-parto com as médias de IMC e ganho de peso gestacional do primeiro trimestre, observou-se que todas as DCs e BIA apresentaram correlação positiva, exceto para o segundo trimestre.
As DCs analisadas apresentaram uma evolução ponderal nas médias ao longo do período gestacional e redução nas médias nos dados de pós-parto, mas apenas a DC subescapular apresentou diferença significativa em relação a sua média do primeiro trimestre (17,03+6,30 mm) com o segundo (18,82+5,82 mm; p<0,0001) e o terceiro (19,34+5,66 mm; p=0,0002) trimestres e no pós-parto (17,87+5,11 mm; p=0,0263).
A BIA, em cada trimestre e pós-parto, não apresentou diferença significativa com relação ao primeiro trimestre.

CONCLUSÕES

A correlação positiva significativa entre as médias das DCs e BIA com IMC e ganho de peso gestacional no terceiro trimestre e pós-parto em comparação ao primeiro trimestre, apresenta um paralelismo entre as variáveis analisadas. Porém a DC subescapular foi a única que apresentou padrão de evolução semelhante ao IMC ao longo do ciclo gravídico-puerperal em adolescentes. Outras DCs e a análise do percentual de gordura corporal por BIA não apresentaram o mesmo padrão. Sugere-se que a DC subescapular pode ser utilizada como parâmetro de avaliação antropométrica em gestantes adolescentes. Novos estudos acerca do tema são necessários.

Área

OBSTETRÍCIA - Estudos enfatizando a multidisciplinariedade

Autores

Euller Carvalho, Sirlei Siani Morais, Maira Pinho-Pompeu, Fernanda Garanhani Surita