60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

NEOVAGINOPLASTIA COM CÓLON SIGMÓIDE NA SÍNDROME DE MAYER-ROKITANSKY-KUSTER-HAUSER: RELATO DE CASO

CONTEXTO

A síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser, também conhecida como agenesia mulleriana, é a segunda maior causa de amenorréia primária e cursa com agenesia uterina e de ⅔ da vagina superior. No tipo II apresenta-se com agenesia uterovaginal e compromete estruturas extragenitais. Várias são as técnicas descritas para a correção cirúrgica da agenesia vaginal. O uso de segmentos intestinais é pouco difundido entre os ginecologistas mesmo apresentando bons resultados funcionais. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob CAEE n° 57890222.6.0000.5258.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

JMFC, 18 anos, G0P0A0, com diagnóstico de síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser, apresentando amenorreia primária, dor cíclica em baixo ventre com melhora ao emprego de contraceptivo oral combinado em uso contínuo. História patológica pregressa de ânus imperfurado corrigido na infância, agenesia vaginal, útero rudimentar e funcional. Aos 13 anos foi submetida à videolaparoscopia diagnóstica que evidenciou hematossalpinge à direita e agenesia renal esquerda. Na investigação atual, ressonância nuclear magnética apresentou agenesia dos ⅔ superiores da vagina e do colo uterino, com corpo uterino posicionado à direita da cavidade pélvica medindo 4x4cm e volume de 40 cm³. Endométrio homogêneo. Ovários normais. Imagem alongada 4x2cm de aspecto cístico superior ao corpo uterino sugestiva de hidrossalpinge. Foi proposta a correção cirúrgica com realização de neovaginoplastia com porção de cólon sigmóide e histerectomia videolaparoscópica. A paciente foi submetida a histerectomia videolaparoscópica com confecção de neovagina a partir de fragmento do sigmóide de 12cm, anastomose témino-terminal primária sem intercorrências. O pós operatório teve boa evolução clínica, trânsito intestinal funcionante e neovagina sem sangramentos, com alta hospitalar 1 semana após procedimento cirúrgico. No momento, em acompanhamento ambulatorial com uso de dilatadores vaginais para evitar estenose do intróito vaginal.

COMENTÁRIOS

Múltiplas são as técnicas para realização de vaginoplastia em pacientes portadoras da síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser. A utilização de segmento de cólon sigmóide não é muito difundida entre os ginecologistas em virtude da necessidade de manipulação de alças intestinais. Porém, com a utilização de equipe multidisciplinar na abordagem cirúrgica, esta técnica se mostra opção interessante devido ao resultado final de comprimento e amplitude vaginal satisfatória.

Área

GINECOLOGIA - Cirurgia Ginecológica

Autores

Vanessa Bezerra dos Santos, Luiz Augusto Giordano