60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANÁLISE DA MORTALIDADE MATERNA POR CAUSA DIRETA NO BRASIL E NO RIO DE JANEIRO ENTRE 2015-2020

OBJETIVO

Analisar comparativamente o comportamento da Razão de Mortalidade Materna (RMM) por causa obstétrica do Rio de Janeiro (RJ) comparando com a RMM do Brasil (BR).

MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, longitudinal e retrospectivo, no qual foi feita uma análise comparativa e quantitativa da RMM por causa direta do Rio de Janeiro e do Brasil no período de 2015 – 2020. Tal razão é calculada pelo número de mortes maternas por causa direta dividida pelo número de nascidos vivos no mesmo período e localidade e multiplicada por cem mil. A coleta de dados se deu através do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS) por meio da análise das seguintes variáveis: idade, tipo de causa obstétrica e unidade federativa. Com a utilização de dados de domínio público, esse estudo é isento de análise pela Comitê de Ética em Pesquisa.

RESULTADOS

No período do estudo, foram registrados 2.441 óbitos maternos por causas obstétricas diretas no BR, sendo 186 (7,6%) no estado do RJ entre mulheres de 20 – 29 anos. Nesse período de 6 anos, a média das RMM por causa direta no RJ foi de 29,51%, enquanto no BR, no mesmo período, foi de 28,91%. Além disso, no ano de 2020, a RMM no RJ foi de 28,71%, valor esse maior que o do BR, o qual registrou uma razão de 26,35%. O mesmo ocorreu também nos anos de 2016 e 2017, sendo que no RJ a RMM foi de 35,05% e 41,78%, respectivamente, ao passo que no BR durante esses dois anos foi, respectivamente, de 31,46% e 29,78%. No BR, observou-se ainda que não houve grandes variações nas RMM durante os anos estudados, enquanto no RJ houve um aumento de 22,9% em 2015 para 41,78% em 2017. Por outro lado, de 2018 em diante essa razão caiu bruscamente para 22,72%. Ou seja, ocorrem mais óbitos maternos por causas obstétricas diretas por nascidos-vivos no estado do RJ se comparado ao país de maneira geral.

CONCLUSÕES

A análise dos dados obtidos pelo DATASUS evidencia redução das RMM tanto no RJ quanto no BR no período e faixa etária estudadas. Ademais, a significativa oscilação observada no estado do RJ representa certa disparidade em relação à média nacional, o que revela a importância e necessidade de melhora da vigilância dos óbitos maternos por causas obstétricas diretas, tendo em vista que estas são evitáveis. Tal cuidado deve se iniciar desde o pré-natal, por meio da identificação de fatores de risco modificáveis, o que interfere positivamente nos desfechos maternos e fetais.

Área

OBSTETRÍCIA - Epidemiologia das doenças gestacionais

Autores

FILOMENA ASTE SILVEIRA, JOAO ALFREDO SEIXAS, GABRYELLA TUCZYNSKI CARNEIRO, GABRIEL RIBEIRO MESSIAS PARAISO, Júlia Garcia do Espírito SANTO, Raphaela Giviziez de Abreu Courradesqui, Maria Eduarda de Souza Fontes, Gabriel Alves Rosado Francelino