60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

O USO DE PROBIÓTICOS NO TRATAMENTO DE CANDIDÍASE VULVOVAGINAL RECORRENTE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

OBJETIVO

Descrever a eficácia de probióticos no tratamento da candidíase recorrente.

FONTE DE DADOS

Esta é uma revisão sistemática baseada no protocolo PRISMA. A coleta de dados ocorreu no PubMed, Cochrane Library, Scielo, LILACS, Google Scholar, EMBASE e Clinical Trials. Os critérios de inclusão foram: ensaios clínicos randomizados, estudos observacionais e estudos clínicos de seguimento dos últimos 11 anos, com mulheres em idade fértil que possuem CVVR tratadas com probióticos. A qualidade dos estudos foi avaliada pelo CONSORT e STROBE, com ponto de corte de 70%. Para análise de viés, foi utilizado o RoB 2 e a Newcastle-Ottawa Scale.

SELEÇÃO DE ESTUDOS

Foram identificados 271 artigos após a aplicação da estratégia de busca e 19 em busca manual. Após leitura do título e do resumo, 21 foram escolhidos para leitura integral e os demais excluídos por não estarem nos critérios de inclusão. Desses, 15 foram excluídos. 4 não atingiram ponto de corte na avaliação metodológica e 3 estudos foram incluídos, passando pela análise de viés.

COLETA DE DADOS

Os dados extraídos foram autores, tipo de estudo, ano de publicação, país, e tamanho da amostra. As variáveis analisadas foram tipos de probióticos, tipos de antifúngicos, tempo de uso de probióticos, tempo de seguimento, dose dos probióticos, efeitos adversos, sintomas clínicos, microscopia da flora e melhora da recorrência.

SÍNTESE DE DADOS

No tratamento, a espécie de lactobacilo no probiótico variou. Também houve divergência na dosagem, no tempo de exposição, na associação a antifúngicos e no tempo de seguimento. Houve melhora da recorrência, porém apenas em um estudo houve cegamento, que obteve p<0.01. Na resolução dos sintomas, foram observados eritema, prurido, corrimento e edema, que obtiveram resultados positivos nos respectivos estudos que os analisaram. Mas, apenas um trabalho apresentou resultados estatisticamente relevantes, e ele avaliou somente resolução de prurido e corrimento. Na colonização vaginal, concluíram que a microbiota não possuía os lactobacilos do composto nem a Candida. Nos efeitos adversos, um estudo não observou a ocorrência, e outro não relatou quais foram os efeitos observados.

CONCLUSÕES

Os resultados mostraram melhoraria na recorrência e nos sintomas. Porém, as evidências não são robustas para instituir os probióticos tratamento. Ainda há divergências nos resultados dos poucos estudos sobre o tema e em suas metodologias, o que não traz segurança de que sejam realmente eficazes.

Área

GINECOLOGIA - Doenças Sexualmente Transmissíveis

Autores

Louise Lordêllo, Paula Oliveira