60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Analgesia de parto no Brasil: avaliação dos fatores sociodemográficos e obstétricos

OBJETIVO

O objetivo foi avaliar o perfil epidemiológico, social e demográfico das pacientes submetidas a analgesia de parto e analisar as variáveis associadas ao seu uso com os dados do estudo Nascer Brasil. O desfecho primário foi o risco de cesariana e de parto a fórceps ou vácuo nas mulheres que receberam analgesia durante o trabalho de parto e o secundário foi identificar os possíveis fatores de risco no perfil sociodemográfico e obstétrico das mulheres que receberam analgesia de parto no Brasil.

MÉTODOS

Estudo de coorte retrospectivo com análise secundária dos dados do estudo Nascer Brasil, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 92/2010. Foram analisadas 12.441 mulheres em trabalho de parto submetidas ou não à analgesia de parto entre 2011 e 2012 e associadas, inicialmente, a 20 variáveis sociodemográficas e obstétricas relacionadas a analgesia de parto. Em uma segunda análise foi realizada a regressão logística de 12 variáveis que obtiveram significância estatística para encontrar a chance de receber a analgesia para cada uma. Sendo realizado após uma nova regressão logística das 5 variáveis que mantiveram significância estatística para chance de analgesia. No modelo final se mantiveram apenas aquelas variáveis estatisticamente significantes, com intervalo de confiança dos coeficientes não incluindo o valor de 1 e com o índice de Pearson < 0,005 com os seus coeficientes. Todas as análises consideraram a amostragem complexa.

RESULTADOS

Durante o período estudado a analgesia aumentou em cinco vezes o risco de cesariana e em mais de oito vezes o risco de parto instrumentalizado quando comparados com parto vaginal. A presença de acompanhante aumentou em duas vezes a chance de receber analgesia e a rede privada teve sete vezes mais chance. A presença de parto anterior apresentou uma redução do risco de receber de analgesia, sendo 23% para mulheres com 1-2 partos e 41% nas mulheres com 3 ou mais partos. Por final, a região Nordeste teve 69% menos chance de receber analgesia quando comparada a região Sudeste.

CONCLUSÕES

A taxa de analgesia no Brasil no período estudado foi de 7,1%. Foi encontrado um aumento do risco de receber analgesia nas mulheres que foram submetidas a cesariana ou a parto instrumentalizado, nas primíparas, no setor privado e nas mulheres que tinham acompanhante durante o trabalho de parto. Foi encontrada a redução da chance de receber analgesia em mulheres da região Nordeste do Brasil.

Área

OBSTETRÍCIA - Intercorrências cirúrgicas na gestação

Autores

Laura Barcellos Machado , Marcos Nakamura-Pereira