Dados do Trabalho
TÍTULO
PACIENTES HIV POSITIVAS COM LESÃO DE ALTO E BAIXO GRAU NO EXAME PREVENTIVO: ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA
OBJETIVO
Analisar o perfil epidemiológico das pacientes HIV positivas com lesões de alto e baixo grau no exame citopatológico.
MÉTODOS
Estudo de coorte transversal, retrospectivo, quantitativo, analisou o prontuário de 67 pacientes HIV positivas com acompanhamento no Centro de Referência em Doenças Infecciosas (CEREDI) de Itajaí-SC e apresentaram lesões de alto (LIEAG) ou baixo grau (LIEBG) na citopatologia, entre 2007 a 2017. Aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa com número CAAE 44314821.9.0000.0120.
RESULTADOS
O diagnóstico do HIV foi entre 20 e 40 anos em 71% e 13% antes da segunda década de vida. Quanto à idade na alteração no citopatológico, 27% das pacientes entre 20 e 30 anos, 37% entre 31 e 40 anos e 27% entre 41 e 50 anos. O tempo entre a confirmação do HIV e a lesão pelo HPV foi menos de 1 ano em 4%, entre 1 e 4 anos em 24%, entre 5 e 9 anos em 40% e acima de 10 anos em 30% da amostra. O CD4 era abaixo de 200 em 24%. A maioria estava em união estável e 83% declararam relações sexuais exclusivamente com homens. Em 95% dos casos a transmissão do HIV foi via sexual, 3% pelo uso de drogas injetáveis e 1 paciente foi via vertical. O tratamento antirretroviral foi irregular em 86%. Doenças oportunistas mais encontradas foram herpes zoster e tuberculose. A maioria estudou entre 4 e 7 anos, 43% eram tabagistas, 47% tinham 2 e 4 gestações e 13% 5 ou mais gestações. Alterações citopatológicas 56% LIEBG, 26% ASC-US,10% LIEAG e 6% ASC-H. Entre o grupo, 71% continuram acompanhamento no serviço, 12% transferiram para outro local ou abandonaram e 16% foram a óbito. Dos cones realizados, 76% foram LIEAG e 17% Ca in situ. Em relação ao tempo entre a alteração no citopatológico e a exérese de zona de transformação, o intervalo foi até 12 meses para 29% e entre 1 e 2 anos para 41% das mulheres.
CONCLUSÕES
Os resultados apresentam concordância entre a alteração no citopatológico - predomínio LIEBG e ASC-US - da população geral comparado à população HIV+, a população vulnerável para alteração no citopatológico foram mulheres casadas, heterossexuais, sexualmente ativas, multíparas, entre 20 a 40 anos. Alta taxa de abandono de tratamento ou falta de correto seguimento encontrada, demonstra falha de políticas públicas na efetiva promoção e prevenção de saúde. O município estudado apresenta-se como referência nacional no tratamento e seguimento de doenças contagiosas, o que sugere que em outros centros a taxa de insucesso no tratamento seja ainda maior.
Área
GINECOLOGIA - Doenças Sexualmente Transmissíveis
Autores
FLÁVIA WERNER DA ROCHA JESUINO, ANA JULIA SCHNORR MAYER, GABRIEL BARUEL ALCANTARA