Dados do Trabalho

TÍTULO

Prevenção e Predição de pre-eclâmpsia pelos médicos do Brasil: um estudo original

OBJETIVO

Avaliar a atuação médica no Brasil quanto a prescrição de exames para predição de pré-eclâmpsia (PE) e prescrição de ácido acetilsalicílico (AAS) e carbonato de cálcio para prevenção de PE.

MÉTODOS

Foi desenvolvido um inquérito para quantificar o número de médicos que prescrevem ácido acetilsalicílico (AAS) e/ou cálcio para prevenção de pré-eclâmpsia. A pesquisa foi enviada a todos os obstetras brasileiros filiados à Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) por e-mail e WhatsApp. A pesquisa permaneceu aberta por 6 meses e incluiu perguntas sobre o uso de AAS e cálcio, bem como sobre o uso de exames complementares para predição de PE. O projeto foi aprovado pela comissão de ética em pesquisa local.

RESULTADOS

A amostra foi composta por 360 médicos respondentes e obteve-se 100% de cobertura de respostas de médicos das cinco diferentes regiões do Brasil. A grande maioria dos entrevistados (94,72%) prescreve AAS para prevenção de PE, sendo que 80,3% prescrevem a dose de 100 mg/dia. O cálcio é prescrito por 83,9% dos entrevistados. A maioria da amostra entrevistada (58,6%) solicita o Doppler das artérias uterinas como exame complementar para predizer pré-eclâmpsia e 31,7% não solicita nenhum outro exame complementar, além da identificação de fatores de risco na história clínica. Quando a análise foi realizada por região, apenas a região Norte diferiu das demais regiões brasileiras quanto ao uso de AAS e cálcio para prevenção de PE. Enquanto mais de 90% dos médicos das demais regiões prescrevem AAS, 40% na região norte não o utilizam (p<0,0001). Em relação ao cálcio, 30% dos médicos da região Norte do Brasil não utilizam o medicamento para prevenção da pré-eclâmpsia, percentual que também difere das demais regiões onde o medicamento é prescrito por 80 a 90% dos médicos (p=0,021).

CONCLUSÕES

A grande maioria dos médicos brasileiros prescreve aspirina em baixas doses e carbonato de cálcio para prevenção de PE em gestantes de alto risco.
Além da identificação dos fatores de risco clínicos, a maioria dos médicos utiliza o Doppler das artérias uterinas como método preditivo.
Na região norte do Brasil, os médicos usam aspirina e cálcio com menos frequência para prevenir a pré-eclâmpsia em comparação com o restante do país.