Dados do Trabalho

TÍTULO

FIBROMIALGIA E SEXUALIDADE: UM ESTUDO QUALITATIVO EM MULHERES BRASILEIRAS

OBJETIVO

Análise do discurso de pacientes portadoras de fibromialgia, dando ênfase às experiências pessoais de cada uma, de forma a tentar compreender a perspectiva dessas pacientes acerca de sua sexualidade no contexto da doença.

MÉTODOS

Estudo de caráter qualitativo, realizado por meio de questionário online, via plataforma Google Forms, no período de 23/07/2020 a 21/08/2020. As respostas foram obtidas de um espaço aberto para comentários, que não possuía pergunta direcionadora. Foi utilizado o Método de Análise de Conteúdo proposto por Bardin, o qual permitiu a identificação de 13 padrões de repetição nas respostas obtidas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade Evangélica Mackenzie (Curitiba-PR/Brasil), com protocolo número 4.106.696. Todos os participantes foram informados sobre os objetivos da pesquisa e assinaram voluntariamente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

RESULTADOS

Foram coletadas 210 respostas abertas. As respostas foram analisadas e divididas de acordo com o seu conteúdo em 13 categorias: pedidos de retorno e de orientação, dor interferindo na função sexual, libido, agradecimentos, parceiro, sofrimento, prazer, tratamento, cansaço, melhora da dor com o sexo, desinteresse médico, lubrificação e outros. Entre as categorias apresentadas, as duas mais prevalentes foram os pedidos de retorno ou orientação e a dor interferindo na função sexual.

CONCLUSÕES

Foi possível concluir, durante a realização desse estudo, que a fibromialgia interfere tanto em aspectos emocionais quanto funcionais da sexualidade feminina. Por esse motivo, há grande necessidade por parte dessas pacientes de se expressarem sobre sua função sexual no contexto da doença. Apesar das diferentes alegações apresentadas pelas mulheres, dois temas protagonizaram a maioria das respostas: a dor durante a relação sexual e os pedidos de orientação sobre ambas as patologias estudadas. A dor foi abordada como influenciadora da qualidade de vida das pacientes, por afetar o desempenho sexual e, consequentemente, o relacionamento com o parceiro. O desconhecimento das mulheres acerca do tema pôde ser evidenciado pelos inúmeros agradecimentos e solicitações de ajuda recebidos. Sendo assim, é imprescindível que a função sexual seja questionada durante o tratamento da fibromialgia, independentemente da área de atuação do profissional da saúde.