60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Implementação de telemedicina em uroginecologia: estudo de viabilidade

OBJETIVO

O presente estudo objetiva avaliar a viabilidade da telemedicina em uroginecologia em um hospital público brasileiro.

MÉTODOS

Trata-se de estudo observacional descritivo realizado em ambulatório de uroginecologia de um hospital universitário do Sistema Único de Saúde do Brasil, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, CAAE 41733021.7.00005149. A viabilidade da telemedicina foi determinada através dos critérios resolutividade da teleconsulta, aspectos técnicos, satisfação da participante e do desejo de continuar com as teleconsultas. Foram incluídas as pacientes que tiveram as consultas presenciais canceladas devido a pandemia de Coronavírus (COVID-19), com diagnóstico de condições uroginecológicas passíveis de acompanhamento remoto de acordo com guideline de Grimes e cols. (2020), que foi possível contato telefônico e que concordaram em participar do estudo. As teleconsultas foram realizadas no período de novembro de 2020 à abril de 2021. Entre 7-15 dias após a teleconsulta, as participantes responderam a um questionário de satisfação. As variáveis categóricas foras descritas em frequência relativa e absoluta. As variáveis contínuas, em média e desvio padrão. O teste qui-quadrado foi realizado para determinar a associação entre as variáveis.

RESULTADOS

Um total de 225 consultas foram canceladas devido à pandemia de COVID-19 e 171 participantes foram elegíveis para o estudo. Destas, 48% concordaram em realizar a teleconsulta e 85,5% delas responderam ao questionário de satisfação. A taxa de resolutividade das teleconsultas foi de 73,2% e 59,1% foram tecnicamente satisfatórias. Das participantes que responderam à pesquisa de satisfação, 93% ficaram satisfeitas, mas apenas 57,7% gostariam de continuar com as teleconsultas. Não houve significância estatística entre o desejo de continuar com a telemedicina entre os diferentes diagnósticos (p=0,50), a idade da paciente (p=0,3), local de residência (p=0,84), escolaridade (p=0.18), resolutividade da teleconsulta (p=0,17) ou com os aspectos técnicos (p=0,45). Apenas a satisfação da paciente foi associada ao desejo de continuar com as teleconsultas (p=0,024).

CONCLUSÕES

Telemedicina em uroginecologia é viável e pode ser implementada na população estudada. Porém, medidas para melhorar os recursos técnicos e a aceitação da paciente em relação às teleconsultas são necessárias.

Área

GINECOLOGIA - Uroginecologia

Autores

Débora Vianna D’Almeida Lucas Macharet, Leonardo Nogueira Mendes , Glaucia Miranda Varella Pereira, Marilene Vale Castro Monteiro