60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Condiloma acuminado em criança com Síndrome de Apert: Relato de caso

CONTEXTO

É importante a inclusão também de casos da faixa pediátrica em discussões relacionadas a Patologias do Trato Genital Inferior. O caso relatado é de uma menina de 9 anos, portadora de Síndrome de Apert, que apresentava lesões condilomatosas em vulva e introito vaginal.
Além de os pais apresentarem história prévia de condiloma, menor não fez vacinação contra o HPV em tempo, uma vez que a unidade de saúde relatou "não ser necessário, uma vez que ela não teria atividade sexual" (em decorrência de sua síndrome). Realizou, em Hospital Universitário, tratamento ambulatorial com imunomodulador e, posteriormente, cirúrgico, com destruição completa de todas as lesões.

CAAE: 61388522.3.0000.5258

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Menina de 9 anos, portadora de Síndrome de Apert, foi atendida pelo Ambulatório de Patologia do Trato Genital Inferior. Veio acompanhada de mãe, que como queixa principal “fricção da genitália em sofá da casa”.
Ao exame ectoscópico, apresenta fácies típica sindrômica, sindactilia de todos os quirodáctilos das mãos direita e esquerda e pododáctilos. Ao exame físico, foram observadas cerca de sete lesões condilomatosas em vestíbulo vaginal e 2 lesões em grandes lábios. Pais com história prévia de condiloma. Após o fechamento do diagnóstico e conversa mais profunda com irmã mais velha de paciente, foi realizada a notificação do caso de HPV na escolar, pela possibilidade de abuso sexual.
O tratamento inicial proposto foi aplicação semanal de imiquimode 5%. Ainda em consulta, foi iniciada aplicação de imiquimode 5%, repetindo a aplicação semanalmente até metade do mês de fevereiro, tendo sido decidido aplicação de duas vezes por semana. A rotina de aplicação por 2x/semanais foi realizada até o final do mês de maio, totalizando 26 aplicações tópicas de imiquimode, porém sem desaparecimento total de lesões. Pela falta de resposta terapêutica, foi optado pela eletrocauterização das lesões sob anestesia geral em centro cirúrgico. As lesões foram inteiramente destruídas e o pós-operatório foi satisfatório.

COMENTÁRIOS

Ainda há poucos estudos que abordam o tratamento de condiloma em crianças. Além disso, foram realizados dois tipos de tratamento - com imunomodulador e com eletrocauterização. Portanto, configura-se de grande relevância e ganho para comunidade científica.

Área

GINECOLOGIA - Patologia do Trato Genital Inferior

Autores

Rafael Costa Vieira Alexandre, Olívia Fonseca Gomide Alexandre, Yara Lucia Mendes Furtado de Melo