Dados do Trabalho

TÍTULO

Quais as dificuldades encontradas por mulheres LGBT sobre a reprodução assistida no Brasil?

OBJETIVO

Analisar se há o desejo por parte das mulheres LGBT brasileiras de terem ou não filhos biológicos e/ou adotivos e quais as principais dificuldades para realizarem planejamento familiar.

MÉTODOS

Realizou-se um estudo transversal analítico, através de questionário online (Google Forms), divulgado em mídias sociais entre outubro de 2020 e outubro de 2021. Participantes responderam anonimamente. Foram incluídas mulheres entre 18 e 60 anos, que aceitaram participar.

RESULTADOS

Participaram do estudo 524 mulheres, com uma mediana de idade de 24 anos (IIQ=21-28 anos). A maioria com desejo de ter filhos (93,5%); para 51,5% ter filhos biológicos e adotar seria indiferente, para 35,6% o desejo é de ter filhos biológicos e 6,4% optariam pela adoção. Dentre as participantes, 51 (9,7%), mediana de idade 32 anos, possuem filhos, desses, 46 biológicos e 5 adotivos; 473 não possuem filhos, mediana de idade 26 anos; p=0,036. O fator financeiro foi a principal dificuldade relatada quanto a ter filhos biológicos, citado por 73,8% das participantes. O preconceito da sociedade foi o principal desafio enfrentado (81,2%). Apesar da vontade de ter filhos, 75,4% das participantes nunca procurou orientação médica, 20,8% abordaram o assunto com um profissional que conseguiu esclarecer suas dúvidas e 3,6% não conseguiram orientações adequadas.

CONCLUSÕES

A maioria das mulheres LGBT planeja ter filhos biológicos ou adotivos e pensam em reprodução assistida, no entanto, possuem poucas informações os métodos disponíveis. O fator financeiro se mostrou como a maior barreira para ter filhos biológicos, sendo que o preconceito foi apontado pela maioria dos participantes como maior desafio enfrentado por uma família não tradicional.