Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO COM METOTREXATO EM QUADRO DE MASTITE GRANULOMATOSA
CONTEXTO
A Mastite Granulomatosa Idiopática (MGI) refere-se à inflamação do tecido mamário e pode ser acompanhada de infecção. Tem diagnóstico diferencial com carcinoma inflamatório e com mastite tuberculínica.
O Ultrassom (US) é a investigação inicial de escolha. O diagnóstico é de exclusão e confirmado por histopatologia com achado de granuloma não caseoso de células gigantes, multinucleado, restrito ao lóbulo mamário e formação de microabscessos.
A MGI tem como etiologia mais frequente a forma autoimune. Apresenta-se como massa inflamatória periférica ou múltiplas áreas simultâneas de infecção periférica com abscessos, inflamação ou ulceração com retração da pele sobrejacente.
Tem resolução lenta e a abordagem cirúrgica não é inicialmente indicada, sendo restrita a casos que não respondem a nenhuma linha de tratamento. A terapêutica, incluindo agente imunossupressor, apresenta resultados satisfatórios sendo, na maioria das vezes, capaz de descontinuar a medicação em 1 ano.
Esse relato tem importância devido a elevada incidência e ausência de resposta com terapia medicamentosa convencional. O mesmo foi aprovado pela comissão de Ética da instituição.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
BEE, 32 anos. Parto normal com amamentação por 8 meses, há 3 anos. Atendida em abril/2021 com mastite há 4 meses, tratada previamente com antibióticos de amplo espectro e drenagem. US evidenciando em mama direita área hipoecogênica nos quadrantes superiores, com sinais de inflamação difusa e área irregular hipoecogênica - categoria BI RADS 4.
Feita punção por agulha fina com pesquisa negativa para neoplasia. Iniciada corticoterapia, com boa resposta, mas recidiva em um mês. Ao exame físico e US, coleção/granuloma vascularizado em grande parte da mama. Core biopsy confirmatória. Retorno de corticoterapia em dose plena, com redução escalonada por mais 6 meses. Revisão laboratorial e teste tuberculínico sem alterações. Nova recidiva após suspensão da corticoterapia. Iniciado metotrexato, associado à corticoide, até então com controle. Encaminhada ao reumatologista para pesquisa de doenças autoimunes.
COMENTÁRIOS
A paciente apresenta um quadro de desafio ao tratamento, visto que foi necessária segunda linha terapêutica (metotrexato associado a suplementação de ácido fólico e corticoterapia) para remissão do quadro.
Área
GINECOLOGIA - Mastologia
Autores
BRUNA PIMENTA VALENTE, CAMILA CAETANO DE PAULA MIRANDA VALLADARES, MARIANA MESQUITA ZSCHABER, DENILSON PROCOPIO DE CASTRO, ANNA CAROLINA PEREIRA JACOME