Dados do Trabalho
TÍTULO
SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE, POR COVID 19, NA GESTAÇÃO.
CONTEXTO
Gestantes com COVID-19 podem ser assintomáticas ou sintomáticas. As que desenvolvem sintomas, apresentam maior risco de desenvolver sequelas graves quando comparadas as não grávidas. Evidências sugerem que a gestação não aumenta a suscetibilidade à infecção por SARCoV-2, mas parece piorar o curso clínico, aumentando os riscos de internação em unidade de terapia intensiva (UTI) e ventilação mecânica.
Tal relato tem importância devido a gravidade da pandemia de Covid 19 enfrentada bem como dos desfechos desfavoráveis percebidos em gestantes. O mesmo foi aprovado pela Comissão de Ética da instituição.
DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS
: R.B.P, 40 anos, 3ª gestação (um parto normal e um abortamento prévios), idade gestacional de 16 semanas. Admitida com queixa de dispneia, tosse, dor torácica, febre e RT-PCR COVID-19 positivo 3 dias anteriores à admissão. Ao exame: taquicárdica (Frequência Cardíaca: 120 batimentos por minutos), febril (38,5ºC) e com saturação de oxigênio (SpO2) 94% em ar ambiente. Evoluiu com piora do padrão respiratório, queda da SpO2(90%) mesmo com uso de oxigênio em Máscara de Alto Fluxo e pronação.
Radiografia de tórax com infiltrado pulmonar bilateral e à revisão laboratorial piora importante da função renal (Creatinina basal – Cr basal de 0,6 mg/dl para 1,2 mg/dl). Houve necessidade de intubação orotraqueal e ventilação mecânica em parâmetros elevados, seguida de traqueostomia. Apresentou pneumonia por Enterobacter necessitando de ampliação do espectro antibiótico. Progrediu com boa resposta às medidas terapêuticas instituídas, tolerando redução dos parâmetros ventilatórios (Relação PaO2/FiO2:249) e melhora da função renal (Cr:0,59 mg/dl), recebeu alta da UTI, para domicílio, após 53 dias de internação. Acompanhada em Pré-Natal de Alto Risco, foi indicada a interrupção da gestação com idade gestacional de 37 semanas e 5 dias, devido elevação pressórica (PA:140x90 mmHg). Induzido o trabalho de parto, evoluiu para parto vaginal, sem intercorrências.
COMENTÁRIOS
Embora mais de 90% das gestantes infectadas se recuperem sem hospitalização, pode ocorrer uma rápida deterioração do quadro, evoluir para doença grave, e necessitar de internação em UTI.
Área
OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação
Autores
DENILSON PROCOPIO DE CASTRO, BRUNA PIMENTA VALENTE, CAMILA CAETANO DE PAULA MIRANDA VALLADARES, MARIANA MESQUITA ZSCHABER, GABRIEL MARTINS CRUZ CAMPOS