60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

CÉLULAS-TRONCO ADULTAS NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO

OBJETIVO

Avaliar viabilidade, efeitos adversos e eficácia da terapia celular com células-tronco adultas autólogas (CTAA) derivadas de músculo (CTDM) ou de medula óssea (CTMO) no tratamento da incontinência urinária de esforço (IUE).

MÉTODOS


Ensaio clínico (CEP UNIFESP-EPM - 05/04/2017; CAAE 18150613.7.1001.5505).
Randomizadas 23 mulheres com IUE para receber CTMO ou CTDM.
Cultivadas CTAA a partir de amostras obtidas por punção do osso ilíaco ou biópsia do músculo quadríceps femoral. Processo de cultivo celular desenvolvido pelo grupo, com método e testes de segurança e viabilidade segundo normas da ANVISA (RDC 214/2018).
Injetada solução com 10 milhões de CTDM ou CTMO no esfíncter uretral, via periuretral, sob anestesia local.
Nove mulheres receberam CTMO e 11 CTDM. Excluídas 3 pacientes do grupo CTDM por alterações genéticas nas CTA.
Desfechos analisados por teste da tosse (TT), teste do absorvente (TA) e questionário de qualidade de vida (IQol) após 12 meses.

Características dos grupos:
Idade - média ± desvio-padrão (DP): CTMO 49,0 ± 10,8 / CTDM 56,6 ± 10,2 / p = 0,121
Número de gestações – média ± DP: CTMO 2,9 ± 1,9 / CTDM 3,0 ± 1,7 / p = 0,893
Número de partos normais – média ± DP: CTMO: 1,7 ± 1,2 CTDM: 1,5 ± 1,6 / p = 0,195
Cirurgias ginecológicas prévias – n (%) CTMO: 4 (44,4) / CTDM: 3 (27,3) / p = 0,423
IMC – média ± DP: CTMO: 28,9 ± 6,2 / CTDM: 33,7 ± 8,5 / p = 0,179
Teste do absorvente – média em gramas ± DP: CTMO: 16,4 ± 19,9 / CTDM: 8,3 ± 10,3 / p = 0,250
Teste da tosse positivo – n (%): CTMO: 8 (88,9) / CTDM: 11 (100) / p = 0,257
Questionário (I-QoL) = média em pontos ± DP: CTMO: 63,1 ± 17,4 / CTDM: 68,6 ± 14,4 / p = 0,447

RESULTADOS

As CTAA obtidas foram viáveis para a terapia celular.
Não houve formação de tumor local, nem efeitos adversos relevantes, seja das biópsias ou da terapia celular.

Resultado TT positivo (número de pacientes e porcentagem):
CTMO – início: 8 (88,9%) / 12 meses: 7 (77,8%) / p = 0,526
CTDM – início: 11 (100%) / 12 meses: 4 (40%) / p = 0,01

Resultado TA (peso em gramas ± desvio-padrão):
CTMO – início: 16,4 ± 19,9 / 12 meses: 2,4 ± 3,0 / p = 0,159
CTDM – início: 8,3g ± 10,3 / 12 meses: 9,7 ± 2,5 / p = 0,359

Resultado IQoL (média de pontos ± desvio-padrão):
CTMO – início: 63,1 ± 17,4 / 12 meses: 66,9 ± 21,4 / p = 0,873
CTDM – início: 68,6 ± 14,4 / 12 meses: 79,9 ± 19,4 / p = 0,284

Melhora sem relevância estatística (possivelmente pelo tamanho amostral) no TT com CTDM e no TA com CTMO.

CONCLUSÕES

Terapia celular com CTDM ou CTMO é viável, segura e promissora no tratamento da IUE em mulheres.

Área

GINECOLOGIA - Uroginecologia

Autores

Rodrigo Cerqueira de Souza, Rodrigo Aquino Castro, Maria Augusta Bortolini, Yasmin Medeiros Melino, Fátima Fani Fitz, Rebecca Soteldo Pinheiro da Silva, Juliana Aparecida Preto de Godoy