60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

Ansiedade materna no final da gestação e preocupações com a COVID-19 no cenário pós-vacinal.

OBJETIVO

Verificar a ansiedade materna no final da gestação e associar com as preocupações sobre a COVID-19 no cenário pós-vacinal.

MÉTODOS

Trata-se de estudo prospectivo, não randomizado, realizado em maternidade pública de São Paulo. Mulheres no pós-parto foram entrevistadas no período entre 01 de maio a 31 de julho de 2022 utilizando-se instrumento padronizado sobre as preocupações com a COVID-19. Os critérios de inclusão foram: idade acima de 18 anos, puérpera com recém-nascido vivo e sem malformações, ausência de doenças psiquiátricas, parto acima de 36 semanas, com condições clínicas para responder aos questionários. A ansiedade materna foi avaliada pelo Beck Anxiety Inventory (BAI), validada para o Brasil, com 21 itens pontuados de 0 a 3, de acordo com a intensidade do sintoma. A ansiedade foi classificada de acordo com a pontuação obtida em: mínima de 0 a 7, leve de 8 a 15, moderada de 16 a 25 e grave de 26 a 63. Considerando diferença de 15% na ansiedade materna, com erro do tipo I de 0,05, tipo II de 0,20, o tamanho da amostra foi calculado em 77. A comparação dos grupos utilizou testes de Mann-Whitney U, teste de qui quadrado ou teste exato de Fisher, com nível de significância de p<0,05. Projeto aprovado no CEP (CAAE 54859821.6.1001.5505).

RESULTADOS

Foram entrevistadas 87 mulheres. Quanto aos dados sociodemográficos: idade materna média de 26,2 anos (DP 5,5), idade gestacional no parto média de 39,4 semanas (DP 1,3), 41,4% brancas, 81 (93,1%) foram vacinadas para COVID-19 e 13,8% relatam Covid-19 na gestação. A ansiedade materna foi classificada como mínima em 20 (23,0%) mulheres, leve em 33 (37,9%), moderada em 18 (20,7%) e grave em 16 (18,4%). As mulheres que relataram desconforto em pensar na COVID-19 (n=38) apresentaram pontuação do BAI significativamente maior (mediana 16,5) que as que não relatam esse desconforto (mediana 10,0, p=0,009). A ansiedade moderada ou grave acometeu proporção significativamente maior de mulheres que tiveram medo da COVID-19 na gestação do que as que não apresentavam essa preocupação (58,8% vs. 28,6% p=0,02), bem como nas que relataram alteração do sono (n=12) na COVID-19 que as sem essa alteração (75,0% vs. 33,3% p=0,006).

CONCLUSÕES

A ansiedade materna foi maior nas mulheres que apresentavam desconforto em pensar na COVID-19 e a ansiedade moderada ou grave foi associada com o relato de dificuldade em dormir por preocupação com a COVID-19, na população estudada.

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco

Autores

Eduardo Moreira Nader, Cristina Mendes Gigliotti Borsari, Carla do Nascimento Queiroz , Ana Beatriz Ramos Antiqueira, Roseli Mieko Yamamoto Nomura