60º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2022

Dados do Trabalho


TÍTULO

INDUÇÃO DO PARTO COM MISOPROSTOL: EFICÁCIA E FATORES PREDITIVOS ASSOCIADOS

OBJETIVO

Identificar fatores materno-fetais com a maior taxa de sucesso na indução do parto com misoprostol vaginal.

MÉTODOS

Estudo transversal prospectivo, aprovado pelo CEP (CAAE 19837619.1.0000.5292), realizado entre dezembro de 2019 a março de 2020. Gestantes de alto risco, com fetos vivos e atendendo a critérios materno-fetais para indução com misoprostol foram incluídas. O escore de Bishop inicial foi ≤ 6. A dose de misoprostol utilizada na Instituição é de 25 µg, via vaginal, a cada 6h, atingindo o máximo de 8 comprimidos. Os dados foram coletados através de uma ficha, pelo profissional de saúde que iniciou à indução do parto, contemplando informações sobre a gestante e as variáveis da pesquisa. A variável dependente foi o Parto vaginal após indução com misoprostol.
As variáveis independentes foram: idade materna, paridade, idade gestacional, amniorrexe no início da indução, IMC, comorbidades associadas a gestação, valor do Bishop no início da indução e peso do recém-nascido. Foram realizadas análises estatísticas descritivas das variáveis, assim como análise bivariada e análise de regressão logística múltipla para determinar associação entre parto vaginal (variável dependente) e variáveis independentes, considerando nível de significância de 5% (p <0,05).

RESULTADOS

217 gestantes foram incluídas; destas, 53,4% eram nulíparas, 82,95% tinham bolsa íntegra no início da indução e 86,18% apresentavam alguma comorbidade (67,3% eram hipertensas e 23,5%, diabéticas); a média da idade gestacional foi 38,5 semanas e a mediana dos escores de Bishop, um. Em relação ao desfecho via de parto, a ocorrência de parto vaginal após indução foi de 55,30% (IC 95% = 0,4842 - 0,6199) e cesárea, 44,7% (IC 95% = 0,3801 - 0,5158). Na análise bivariada das variáveis quantitativas, observou-se como fatores estatisticamente significativos para o parto vaginal após indução (p < 0,05): altura, IMC, número de partos vaginais prévios, escore de Bishop e peso do recém-nascido. Após análise de regressão logística múltipla, persistiu com associação ao parto vaginal as variáveis materno-fetais: altura (IC 95% = 1.0055 – 1.1291; p = 0.0318), paridade (IC 95% = 2.2119 – 9.1422; p<0.0001) e peso do recém-nascido (IC 95% = 0.9986 – 1.0000; p=0.0356). As comorbidades não tiveram associação a determinado tipo de parto: das 146 gestantes hipertensas, 55,5% tiveram o parto normal e 44,5%, cesárea; e das 51 gestantes diabéticas, 49% tiveram o parto vaginal e 51%, cesárea. Para a variável idade gestacional (categorizada em <37sem, 37-38sem 6d e >=39sem) não foi demonstrado associação significativa com o parto vaginal.

CONCLUSÕES

A seleção de pacientes avaliando critérios materno-fetais é primordial para um resultado satisfatório na indução do parto. O presente trabalho conclui que altura materna, partos vaginais prévios e peso do recém-nascido são fatores preditivos associados a maior chance de parto vaginal após indução com misoprostol, quando analisados isoladamente ou associados. Escore de bishop inicial mostra associação significativa ao parto vaginal quando análise isolada.

Área

OBSTETRÍCIA - Assistência ao trabalho de parto e suas fases clínicas

Autores

Nathalia Ávila do Nascimento Nóbrega, Camila Fernandes e Silva Araujo, Thazio Henrique Soares Cardoso de Souza, Danielle de Sa Dantas Bezerra