Dados do Trabalho
TÍTULO
COMPARAÇÃO ENTRE HISTERECTOMIA POR VIA VAGINAL E POR VIA LAPAROSCÓPICA NO BRASIL
OBJETIVO
A histerectomia consiste na cirurgia para retirada do útero, e, se necessário, das demais estruturas do trato genital. Pode ser dividida em parcial, total ou radical, de acordo com o que se retira. É o tratamento definitivo de diversas condições ginecológicas e obstétricas, podendo ser realizada pela via vaginal, laparoscópica ou abdominal. Dessa maneira, é de fundamental importância analisar dados que comparem o número de internações e demais variáveis entre duas técnicas cirúrgicas muito realizadas - a via vaginal e a laparoscópica.
MÉTODOS
Foi realizado um estudo descritivo e retrospectivo comparando histerectomia por via vaginal e por via laparoscópica no Brasil, entre os anos de 2010 e 2021. Os dados foram obtidos do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) coletados pelo site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSus). As variáveis utilizadas foram custo total, custo médio por internação, número de internações, tempo médio de internação, número de óbitos e taxa de mortalidade de ambos os procedimentos.
RESULTADOS
Constatou-se, no Brasil, um total de gastos de R$ 53.837.980 na realização de histerectomias através da via vaginal e laparoscópica no período analisado. A via vaginal apresentou um maior valor total: R$ 50.906.368 em via vaginal (94,55%) e R$ 2.931.611 em videolaparoscópica (5,44%). O custo médio por internações, no mesmo período, foi de R$ 542 para a vaginal e R$ 559 para a videolaparoscópica. Foram registradas, nesses 11 anos, um total de 99.015 hospitalizações para via vaginal e videolaparoscópica. O método com maior número de internações foi a via vaginal com 93.771 internações (94,7%) em comparação a videolaparoscópica com 5.244 internações (5,29%). O tempo médio de permanência para via vaginal e laparoscópica foi de 2,7 dias e 2,9 dias, respectivamente. De 2010 a 2021, foram registrados 51 óbitos para ambos os procedimentos: 49 óbitos em via vaginal (96,07%) e 2 em videolaparoscopia (3,92%). A taxa de mortalidade, considerando o número de internações e número de óbitos, no período analisado, foi de 0,05 para via vaginal e 0,04 para laparoscópica.
CONCLUSÕES
A partir dos dados constatados, nota-se que a histerectomia representa uma parcela significativa das internações hospitalares, especialmente pela via vaginal. Esses dados são importantes para gerar esforços conjuntos a fim de diminuir as internações de tais pacientes, visando minimizar o impacto e o custo significativo para o Sistema de Saúde.
Área
GINECOLOGIA - Cirurgia Ginecológica
Autores
Grazieli Sassi, Victória Zamprogna, Bruna Zanatta de Freitas, Eduardo Cattapan Piovesan, Laura Paggiarin Skonieski, Elisa Presotto Costacurta, Caroline Antoniollo Vargas, Rafaela Amaro Link